Conceitos
Civilizações/Líderes
Cidades-Estados
Distritos
Edificações
Maravilhas e projetos
Unidades
Promoções da unidade
Grandes Personalidades
Tecnologias
Cívicos
Governos e políticas
Religiões
Terrenos e características
Recursos
Melhorias e rotas
Governadores
Momentos históricos

Civilizações

Introdução

América

Arábia

Araucânia

Astecas

Austrália

Babilônia

Bizâncio

Brasil

Canadá

China

Cítia

Congo

Coreia

Egito

Escócia

Espanha

Etiópia

Fenícia

França

Gália

Geórgia

Germânia

Grande Colômbia

Grécia

Hungria

Império Inca

Império Maia

Império Maori

Império Otomano

Índia

Indonésia

Inglaterra

Japão

Khmer

Macedônia

Mali

Mongólia

Nação Cree

Noruega

Núbia

Países Baixos

Pérsia

Polônia

Portugal

Roma

Rússia

Suécia

Suméria

Vietnã

Zululândia

Líderes

Suméria
Habilidade exclusiva

Missões Épicas

Quando você dispersar um Posto Avançado Bárbaro, receberá uma recompensa de Aldeia Tribal além dos pontos de experiência normais. Pague metade do custo normal para recrutar unidades de cidade-estado.

Contexto Histórico
Sem nunca chegar a ser um reino ou império e sim uma coligação de cidades-estados com costumes comuns e, às vezes, com uma autoridade central, a Suméria é mesmo assim considerada a primeira "civilização" do mundo. O reinado (ou, mais precisamente, a hegemonia) passou a ser concedido pelo sacerdócio, o que tendia a criar uma série de dinastias breves a partir dos governadores das cidades-estados estabelecidas e influentes: Kish, Lagash, Ur, Uruk, Adab e assim por diante. Em algum momento antes de 3000 a.C., os sumérios desenvolveram um idioma escrito (bom, eram logogramas nesta época pré-alfabeto), então, historiadores têm ao menos uma ideia do que eles estavam fazendo.

A partir desses registros, e de evidências arqueológicas caso exista alguma dúvida, parece que os ubaidianos foram a primeira força civilizadora (não era preciso muito para ser uma civilização) na região que viria a ser chamada de Suméria. Eles drenaram os pântanos ao longo do rio Eufrates, construíram cabanas e muros de tijolos de barro, irrigaram campos, desenvolveram a tecelagem, a marroquinaria, a alvenaria, a cerâmica e a língua escrita. Com o tempo, eles adquiriram outro traço das sociedades civilizadas – o uso de escravos, capturados na região montanhosa ao norte. Depois, eles construíram algumas cidades, normalmente ao redor de templos com uma administração central de algum tipo (normalmente um rei-sacerdote com um bando de assessores anciões). Com tanta urbanização, a civilização sumeriana finalmente se aglutinou em algum momento do quarto milênio a.C.

A evolução dos reis-sacerdotes em reis simplesmente autocráticos ocorreu por volta de 2900 a.C. e inicia o "período dinástico" da Suméria, recontado na longa Lista Real Sumeriana. Várias dinastias assumiram o cargo de rei da Suméria por muitos anos e frequentemente múltiplas vezes (havia, por exemplo, cinco dinastias de Uruk e três de Kish). A hegemonia sobre a coligação das cidades-estados era conhecida pelos sacerdotes na sagrada Nippur. É provável que a autoridade do rei sumério tendia a ser limitada – exceto em sua própria cidade –, mas ele tinha a tarefa de manter a tranquilidade por toda a Suméria mesmo assim.

Parece que eles não fizeram um bom trabalho. Como os vários trechos escritos e monumentos mostram, os séculos seguintes foram marcados pela ascensão da violência, atestada pela construção de muros altos (como Gilgamesh fez para sua cidade de Uruk) e o desaparecimento de pequenas aldeias no sul da Mesopotâmia. Com o tempo, as cidades-estados mais influentes se reuniram para acordos de comércio e defesa. Também, com o tempo, seria inevitável que alguma cidade-estado buscaria o domínio sobre as outras permanentemente... pela força das armas.

O primeiro a suceder foi a dinastia de Lagash (aprox. 2500-2270), na figura de Eannatum, que anexou praticamente toda a Suméria – Kish, Uruk, Larsa e outras –, além de reduzir a cidade de Umma, arquirrival de Lagash, a uma cliente tributária. Os reis de Lagash parecem ter usado o terror como política de estado; a bem nomeada Estela dos Abutres retrata o que acontecia com os inimigos de Lagash (não era legal). Por fim, os reis de Umma derrubaram os Lagash, conquistaram Uruk para torná-la a capital do reino, que eles diziam que se estendia do Golfo Pérsico ao Mediterrâneo. Os Ummas foram os últimos sumérios étnicos a governar antes da chegada do acadiano Sargão, o Grande.

Deste ponto em diante, os destinos dos sumérios não semitas e os acadianos semitas estão inextricavelmente interligados. O Império Acádio chegou ao seu auge por volta de 2400 a.C., quando as tropas superiores de Sargão dominaram a maioria das cidades-estados que conseguiram alcançar. Curvando-se diante do inevitável (e com os acadianos ocupando Nippur, isso era prudente), o sacerdócio reconheceu a hegemonia acadiana sobre a Suméria. A língua acadiana semita substituiu o idioma sumeriano, que com o tempo se tornou um "idioma literário". Costumes acadianos se tornaram costumes sumerianos e as religiões se misturaram em uma só coleção de deuses.

Tudo ia bem para todos os envolvidos (exceto, talvez, para os escravos e camponeses) até o Império Acádio entrar em colapso, deflagrando uma Idade das Trevas regional que durou até a ascensão da terceira dinastia de Ur, por volta de 2112 a.C. Foi um período de anarquia. Os sistemas de irrigação foram arruinados, os campos ficaram improdutivos e tribos bárbaras dos gútios da Cordilheira de Zagros tomaram conta da Suméria. Esses gútios pareciam pouco se importar com as delicadezas da civilização. Tendo se instalado como governantes na maioria das cidades-estados, eles não demonstraram preocupação com a agricultura, registros escritos ou segurança pública. Eles supostamente soltaram todo o gado sumério para vagar livremente. Junto de uma severa seca que durou décadas e a alta explosiva no preço dos grãos, isso causou fome na região.

No decorrer disso tudo, a capital de Acádia foi saqueada – múltiplas vezes – com tal zelo (os bárbaros eram muito bons em saquear) que suas ruínas ainda não foram descobertas. Aproveitando-se de toda esta confusão, várias das cidades-estados sumerianas mais ao sul conseguiram reestabelecer um governo independente. Conforme os gútios, que não conseguiram lidar com toda essa situação, recuaram, a dinastia em Lagash ascendeu ao governo local outra vez. Por volta de 2093 a.C., a dinastia Lagash – que agora dizia ser descendente dos deuses – foi declarada a mais importante entre todas as demais pelos sacerdotes de Nippur.

Mas não durou muito. Dentro de 50 anos, a segunda dinastia Lagash foi substituída pela terceira dinastia de Ur, na figura dos reis Ur-Nammu e seu filho Shulgi. Quando Utu-Hengal de Uruk (a próxima dinastia depois de Lagash) derrotou o que restava dos gútios e seu último Rei Tirigan, a Suméria estava de volta. Mas a quinta dinastia Uruk acabou repentinamente depois de sete anos (de acordo com a Lista Real) com a ascensão de Ur-Nammu. As circunstâncias são incertas; alguns historiadores acreditam em uma revolta em Ur, outros acreditam que Nammu tinha alguma relação com Hengal e se tornou rei pacificamente. Seja qual tenha sido o caso, Nammu e seu filho conquistaram ou coagiram todas as cidades-estados até o norte da Mesopotâmia para fazer parte do "Renascimento Sumério".

O Renascimento trouxe o retorno da elegância, novas estelas aparecendo por toda parte, a religião voltou com a saída dos gútios, a agricultura se desenvolveu de novo e aquele pilar da civilização – um código de leis – chegou na forma do Código de Ur-Nammu, que definiu uma longa lista de crimes e punições (a maioria monetária, embora reforçadas com algumas execuções e amputações). Nammu também conduziu grandes projetos de engenharia e obras de arte e literatura eram patrocinadas pelos ricos. Inovações na arquitetura e na escultura eram especialmente notáveis (o Zigurate de Ur sendo um desses avanços). Essa fase era tão avançada que ela acabou sendo chamada de neo-suméria, para que os historiadores pudessem se referir a ela.

Shulgi superou seu ilustre pai. Ele realizou passos decisivos para formalizar os procedimentos de sua administração centrada na capital de Ur. É atribuída a ele a padronização da burocracia, o arquivamento de documentações, o sistema de impostos e o calendário – e a civilização moderna tem de agradecer a ele por tudo isso. Ele estabeleceu um exército regular para seu reino, fazendo bom uso de todos os impostos bem documentados. O sacerdócio ficou tão impressionado que Shulgi foi deificado ainda em vida, o que, diferente dos dias de hoje, era uma honra muito rara.

Nos tempos do neto dele, porém, Ibbi-Sin, que assumiu o reinado em 1963 a.C., as coisas não eram um mar de rosas na Suméria. Pelos primeiros vinte anos de seu reinado, repetidos saques e invasões pelos guerreiros amoritas diminuíram a fé depositada pelos súditos dele em sua capacidade de liderança. Elam declarou sua independência e se juntou-se à pilhagem de caravanas comerciais e de povoados desprotegidos. As coisas pioraram. Ibbi-Sin fortificou as áreas ao redor de Ur e Nippur, mas sem muito resultado.

Como o rei não parecia capaz de defender a Suméria, mais e mais cidades-estados seguiram o exemplo de Elam e romperam com a decadente hegemonia. O preço do grão aumentou para 60 vezes o preço comum; doenças devastaram as cidades-estados; os Cavaleiros do Apocalipse estavam em ação na Suméria. Nos últimos anos da civilização, Ibbi-Sin governava somente a sua cidade-estado de Ur. Em 1940 a.C., um exército de Elam junto de membros de tribos de Zagros saquearam Ur e capturaram Ibbi-Sin. Ele foi levado até Elam e aprisionado, morrendo pouco depois (a causa do seu fim prematuro não está registrada).

A glória da Suméria havia passado. Mas suas conquistas – principalmente por serem os primeiros – resistiram ao teste do tempo. O especialista Samuel Noah Kramer lista 39 em sua obra pioneira, "A história começa na Suméria", tais como...

Os sumérios, cultivando terras semiáridas nas margens de rios, foram os primeiros a construir diques de irrigação, canais e finalmente reservatórios. Embora, talvez, não tenham sido os primeiros a desenvolver a escrita, eles certamente eram os mais proficientes nela – por muitos séculos, na verdade – e eles registravam tudo para que gerações futuras pudessem relembrar. E eles foram os primeiros a guardar todos esses escritos em depósitos (portanto, as primeiras "bibliotecas"). Nesse processo, eles foram também os primeiros a criar diversos tipos de gêneros literários: poesia romântica, contos heroicos, fábulas de animais, autobiografias, elegias e assim por diante.

Com toda essa escrita, os sumários também desenvolveram o conceito de um contrato escrito (nem é preciso dizer que eles eram guardados nos depósitos para que ninguém pudesse se livrar de um acordo) e isso fez surgir o "crédito" financeiro. A ideia que só era preciso pagar parte do preço cobrado e "dever" o resto certamente estimulou a economia sumeriana, embora talvez não fosse tão atraente para os vendedores. Eles padronizaram os números para que fosse possível contabilizar tudo isso. E assim para que os pagamentos fossem realizados ordenadamente, os sumérios também foram os primeiros a dividir os anos em meses e o dia em partes iguais.

Além disso, eles foram a primeira civilização a fazer bom uso da roda. Carrinhos tinham rodas, arados tinham rodas, carroças tinham rodas. O comércio, o cultivo e a guerra não demoravam mais tanto tempo. Se os sumérios não inventaram a roda (e historiadores já debateram esse assunto até cansarem), eles certamente encontraram muitas utilidades para ela. Uma pena que eles não tinham muitos cavalos.

A lista de pioneirismos continua.

No fim, porém, foi a falta de materiais de construção decentes – tijolos de barro não serviam para muros altos ou fortes para manter longe os bárbaros do norte, do sul e do leste – que os levou ao declínio. Mais adiante, no entanto, a formação dos impérios da Babilônia e da Assíria ocorreria graças à Suméria, o verdadeiro "berço da civilização".
PortraitSquare
icon_civilization_sumeria

Traços

Líderes
icon_leader_gilgamesh
Gilgamesh
Unidades especiais
icon_unit_sumerian_war_cart
Carro de Guerra
Infraestrutura especial
icon_improvement_ziggurat
Zigurate

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Impossível dizer
População
Estima-se entre 1,1 e 1,5 milhões
Capital
Muitas (Lagash, Eridu, Uruk, Kish, Ur ou a cidade natal do rei no comando)
PortraitSquare
icon_civilization_sumeria

Traços

Líderes
icon_leader_gilgamesh
Gilgamesh
Unidades especiais
icon_unit_sumerian_war_cart
Carro de Guerra
Infraestrutura especial
icon_improvement_ziggurat
Zigurate

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Impossível dizer
População
Estima-se entre 1,1 e 1,5 milhões
Capital
Muitas (Lagash, Eridu, Uruk, Kish, Ur ou a cidade natal do rei no comando)
Habilidade exclusiva

Missões Épicas

Quando você dispersar um Posto Avançado Bárbaro, receberá uma recompensa de Aldeia Tribal além dos pontos de experiência normais. Pague metade do custo normal para recrutar unidades de cidade-estado.

Contexto Histórico
Sem nunca chegar a ser um reino ou império e sim uma coligação de cidades-estados com costumes comuns e, às vezes, com uma autoridade central, a Suméria é mesmo assim considerada a primeira "civilização" do mundo. O reinado (ou, mais precisamente, a hegemonia) passou a ser concedido pelo sacerdócio, o que tendia a criar uma série de dinastias breves a partir dos governadores das cidades-estados estabelecidas e influentes: Kish, Lagash, Ur, Uruk, Adab e assim por diante. Em algum momento antes de 3000 a.C., os sumérios desenvolveram um idioma escrito (bom, eram logogramas nesta época pré-alfabeto), então, historiadores têm ao menos uma ideia do que eles estavam fazendo.

A partir desses registros, e de evidências arqueológicas caso exista alguma dúvida, parece que os ubaidianos foram a primeira força civilizadora (não era preciso muito para ser uma civilização) na região que viria a ser chamada de Suméria. Eles drenaram os pântanos ao longo do rio Eufrates, construíram cabanas e muros de tijolos de barro, irrigaram campos, desenvolveram a tecelagem, a marroquinaria, a alvenaria, a cerâmica e a língua escrita. Com o tempo, eles adquiriram outro traço das sociedades civilizadas – o uso de escravos, capturados na região montanhosa ao norte. Depois, eles construíram algumas cidades, normalmente ao redor de templos com uma administração central de algum tipo (normalmente um rei-sacerdote com um bando de assessores anciões). Com tanta urbanização, a civilização sumeriana finalmente se aglutinou em algum momento do quarto milênio a.C.

A evolução dos reis-sacerdotes em reis simplesmente autocráticos ocorreu por volta de 2900 a.C. e inicia o "período dinástico" da Suméria, recontado na longa Lista Real Sumeriana. Várias dinastias assumiram o cargo de rei da Suméria por muitos anos e frequentemente múltiplas vezes (havia, por exemplo, cinco dinastias de Uruk e três de Kish). A hegemonia sobre a coligação das cidades-estados era conhecida pelos sacerdotes na sagrada Nippur. É provável que a autoridade do rei sumério tendia a ser limitada – exceto em sua própria cidade –, mas ele tinha a tarefa de manter a tranquilidade por toda a Suméria mesmo assim.

Parece que eles não fizeram um bom trabalho. Como os vários trechos escritos e monumentos mostram, os séculos seguintes foram marcados pela ascensão da violência, atestada pela construção de muros altos (como Gilgamesh fez para sua cidade de Uruk) e o desaparecimento de pequenas aldeias no sul da Mesopotâmia. Com o tempo, as cidades-estados mais influentes se reuniram para acordos de comércio e defesa. Também, com o tempo, seria inevitável que alguma cidade-estado buscaria o domínio sobre as outras permanentemente... pela força das armas.

O primeiro a suceder foi a dinastia de Lagash (aprox. 2500-2270), na figura de Eannatum, que anexou praticamente toda a Suméria – Kish, Uruk, Larsa e outras –, além de reduzir a cidade de Umma, arquirrival de Lagash, a uma cliente tributária. Os reis de Lagash parecem ter usado o terror como política de estado; a bem nomeada Estela dos Abutres retrata o que acontecia com os inimigos de Lagash (não era legal). Por fim, os reis de Umma derrubaram os Lagash, conquistaram Uruk para torná-la a capital do reino, que eles diziam que se estendia do Golfo Pérsico ao Mediterrâneo. Os Ummas foram os últimos sumérios étnicos a governar antes da chegada do acadiano Sargão, o Grande.

Deste ponto em diante, os destinos dos sumérios não semitas e os acadianos semitas estão inextricavelmente interligados. O Império Acádio chegou ao seu auge por volta de 2400 a.C., quando as tropas superiores de Sargão dominaram a maioria das cidades-estados que conseguiram alcançar. Curvando-se diante do inevitável (e com os acadianos ocupando Nippur, isso era prudente), o sacerdócio reconheceu a hegemonia acadiana sobre a Suméria. A língua acadiana semita substituiu o idioma sumeriano, que com o tempo se tornou um "idioma literário". Costumes acadianos se tornaram costumes sumerianos e as religiões se misturaram em uma só coleção de deuses.

Tudo ia bem para todos os envolvidos (exceto, talvez, para os escravos e camponeses) até o Império Acádio entrar em colapso, deflagrando uma Idade das Trevas regional que durou até a ascensão da terceira dinastia de Ur, por volta de 2112 a.C. Foi um período de anarquia. Os sistemas de irrigação foram arruinados, os campos ficaram improdutivos e tribos bárbaras dos gútios da Cordilheira de Zagros tomaram conta da Suméria. Esses gútios pareciam pouco se importar com as delicadezas da civilização. Tendo se instalado como governantes na maioria das cidades-estados, eles não demonstraram preocupação com a agricultura, registros escritos ou segurança pública. Eles supostamente soltaram todo o gado sumério para vagar livremente. Junto de uma severa seca que durou décadas e a alta explosiva no preço dos grãos, isso causou fome na região.

No decorrer disso tudo, a capital de Acádia foi saqueada – múltiplas vezes – com tal zelo (os bárbaros eram muito bons em saquear) que suas ruínas ainda não foram descobertas. Aproveitando-se de toda esta confusão, várias das cidades-estados sumerianas mais ao sul conseguiram reestabelecer um governo independente. Conforme os gútios, que não conseguiram lidar com toda essa situação, recuaram, a dinastia em Lagash ascendeu ao governo local outra vez. Por volta de 2093 a.C., a dinastia Lagash – que agora dizia ser descendente dos deuses – foi declarada a mais importante entre todas as demais pelos sacerdotes de Nippur.

Mas não durou muito. Dentro de 50 anos, a segunda dinastia Lagash foi substituída pela terceira dinastia de Ur, na figura dos reis Ur-Nammu e seu filho Shulgi. Quando Utu-Hengal de Uruk (a próxima dinastia depois de Lagash) derrotou o que restava dos gútios e seu último Rei Tirigan, a Suméria estava de volta. Mas a quinta dinastia Uruk acabou repentinamente depois de sete anos (de acordo com a Lista Real) com a ascensão de Ur-Nammu. As circunstâncias são incertas; alguns historiadores acreditam em uma revolta em Ur, outros acreditam que Nammu tinha alguma relação com Hengal e se tornou rei pacificamente. Seja qual tenha sido o caso, Nammu e seu filho conquistaram ou coagiram todas as cidades-estados até o norte da Mesopotâmia para fazer parte do "Renascimento Sumério".

O Renascimento trouxe o retorno da elegância, novas estelas aparecendo por toda parte, a religião voltou com a saída dos gútios, a agricultura se desenvolveu de novo e aquele pilar da civilização – um código de leis – chegou na forma do Código de Ur-Nammu, que definiu uma longa lista de crimes e punições (a maioria monetária, embora reforçadas com algumas execuções e amputações). Nammu também conduziu grandes projetos de engenharia e obras de arte e literatura eram patrocinadas pelos ricos. Inovações na arquitetura e na escultura eram especialmente notáveis (o Zigurate de Ur sendo um desses avanços). Essa fase era tão avançada que ela acabou sendo chamada de neo-suméria, para que os historiadores pudessem se referir a ela.

Shulgi superou seu ilustre pai. Ele realizou passos decisivos para formalizar os procedimentos de sua administração centrada na capital de Ur. É atribuída a ele a padronização da burocracia, o arquivamento de documentações, o sistema de impostos e o calendário – e a civilização moderna tem de agradecer a ele por tudo isso. Ele estabeleceu um exército regular para seu reino, fazendo bom uso de todos os impostos bem documentados. O sacerdócio ficou tão impressionado que Shulgi foi deificado ainda em vida, o que, diferente dos dias de hoje, era uma honra muito rara.

Nos tempos do neto dele, porém, Ibbi-Sin, que assumiu o reinado em 1963 a.C., as coisas não eram um mar de rosas na Suméria. Pelos primeiros vinte anos de seu reinado, repetidos saques e invasões pelos guerreiros amoritas diminuíram a fé depositada pelos súditos dele em sua capacidade de liderança. Elam declarou sua independência e se juntou-se à pilhagem de caravanas comerciais e de povoados desprotegidos. As coisas pioraram. Ibbi-Sin fortificou as áreas ao redor de Ur e Nippur, mas sem muito resultado.

Como o rei não parecia capaz de defender a Suméria, mais e mais cidades-estados seguiram o exemplo de Elam e romperam com a decadente hegemonia. O preço do grão aumentou para 60 vezes o preço comum; doenças devastaram as cidades-estados; os Cavaleiros do Apocalipse estavam em ação na Suméria. Nos últimos anos da civilização, Ibbi-Sin governava somente a sua cidade-estado de Ur. Em 1940 a.C., um exército de Elam junto de membros de tribos de Zagros saquearam Ur e capturaram Ibbi-Sin. Ele foi levado até Elam e aprisionado, morrendo pouco depois (a causa do seu fim prematuro não está registrada).

A glória da Suméria havia passado. Mas suas conquistas – principalmente por serem os primeiros – resistiram ao teste do tempo. O especialista Samuel Noah Kramer lista 39 em sua obra pioneira, "A história começa na Suméria", tais como...

Os sumérios, cultivando terras semiáridas nas margens de rios, foram os primeiros a construir diques de irrigação, canais e finalmente reservatórios. Embora, talvez, não tenham sido os primeiros a desenvolver a escrita, eles certamente eram os mais proficientes nela – por muitos séculos, na verdade – e eles registravam tudo para que gerações futuras pudessem relembrar. E eles foram os primeiros a guardar todos esses escritos em depósitos (portanto, as primeiras "bibliotecas"). Nesse processo, eles foram também os primeiros a criar diversos tipos de gêneros literários: poesia romântica, contos heroicos, fábulas de animais, autobiografias, elegias e assim por diante.

Com toda essa escrita, os sumários também desenvolveram o conceito de um contrato escrito (nem é preciso dizer que eles eram guardados nos depósitos para que ninguém pudesse se livrar de um acordo) e isso fez surgir o "crédito" financeiro. A ideia que só era preciso pagar parte do preço cobrado e "dever" o resto certamente estimulou a economia sumeriana, embora talvez não fosse tão atraente para os vendedores. Eles padronizaram os números para que fosse possível contabilizar tudo isso. E assim para que os pagamentos fossem realizados ordenadamente, os sumérios também foram os primeiros a dividir os anos em meses e o dia em partes iguais.

Além disso, eles foram a primeira civilização a fazer bom uso da roda. Carrinhos tinham rodas, arados tinham rodas, carroças tinham rodas. O comércio, o cultivo e a guerra não demoravam mais tanto tempo. Se os sumérios não inventaram a roda (e historiadores já debateram esse assunto até cansarem), eles certamente encontraram muitas utilidades para ela. Uma pena que eles não tinham muitos cavalos.

A lista de pioneirismos continua.

No fim, porém, foi a falta de materiais de construção decentes – tijolos de barro não serviam para muros altos ou fortes para manter longe os bárbaros do norte, do sul e do leste – que os levou ao declínio. Mais adiante, no entanto, a formação dos impérios da Babilônia e da Assíria ocorreria graças à Suméria, o verdadeiro "berço da civilização".
Idioma
Selecionar regras
Get it on App StoreGet it on Google Play
Direito autoralPolítica de Privacidade