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Roma

Rússia

Suécia

Suméria

Vietnã

Zululândia

Líderes

Astecas
Habilidade exclusiva

Lenda dos Cinco Sóis

Gasta cargas de Construtores para completar 20% do custo original do distrito.

Contexto Histórico
Quando Hernando Cortes e seu bando irresponsável chegaram, o Império Asteca ainda estava em sua infância, tendo sido criado (mais ou menos) em 1428 d.C. Embora o Excan Tlahtoloyan (Império Asteca) tenha durado apenas cem anos, foram cem anos de muitos acontecimentos.

No começo... havia numerosas altepetl (cidades-estados) espalhadas pelo Vale do México ao longo das margens dos lagos Zumpango, Xaltocan, Texcoco, Xochimilco e Chalco. A região tinha chuvas abundantes e um clima temperado, além de uma terra fértil. Então, os náuatles (também conhecidos como mexihcati) queriam se assentar lá, tendo migrado do sul de Aztlan (a "terra branca", daí "astecas) por volta de 1250.

Infelizmente, várias outras tribos já estavam lá, principalmente os azcapotzalcos e os culhuacans. Os poderosos azcapotzalcos deram permissão para os astecas migrantes se assentarem uma pequena ilha do lago Texcoco em 1325, onde fundaram a cidade de Tenochtitlan. Segundo lendas, o local foi escolhido porque um homem sagrado viu uma águia fazendo ninho em um cacto nopal: sinal de que era o local escolhido. Bem simples para um planejamento urbano. Mas Tenochtitlan estava perfeitamente situada para crescer: era fácil de ser defendida (estando em uma ilha), com muita água e pescado, tendo disponível materiais para construção nas proximidades. Parece que os astecas estavam contentes em pagar impostos à tribo de Azcapotzalco para serem deixados em paz... pelo menos por enquanto.

Os astecas continuaram como súditos da Azcapotzalco por um século. Enquanto isso, outra altepetl próxima estava se agitando. A cidade-estado de Texcoco, dos alcohua, situada ao sul da bacia dos lagos, enriqueceu com o comércio, a ponto de desafiar o domínio da Azcapotzalco. Na guerra que se seguiu, Tenochtitlan permaneceu fiel aos Azcapotzalco e teve um papel vital na conquista de Texcoco. Como resultado, os astecas foram recompensados por sua lealdade e receberam a cidade derrotada como uma província tributária.

Tudo continuou agradável até o rei azcapotzalco, Tezozómoc, morrer de repente em 1426. Na breve guerra civil que se seguiu, os astecas de Tenochtitlan apoiaram o herdeiro preferido do velho rei, um tal de Tayahuah – que não foi a melhor escolha, no fim das contas. O irmão Maxtla venceu e logo começou a punir aqueles que tinham apoiado Tayahuah. No meio disso, o rei asteca morreu em circunstâncias estranhas, provavelmente assassinado por ordens de Maxtla. Mas o novo Rei Itzcoatl continuou rebelde e então Maxtla cercou a cidade, bloqueou a ilha e exigiu rendição total.

Simultaneamente, Maxtla voltou-se para os alcohua em Texcoco, por quem ele também não morria de paixão. O governante texcoco, Nezahualcoyotl, fugiu para o exílio e chegou até Itzcoatl. E a cidade dissidente dos azcapotzalcos de Tlacopan apoiou Itzcoatl. Assim se formou a famosa Tríplice Aliança Asteca: três cidades-estados com um objetivo comum, de derrubar Maxtla, o que elas conseguiram ao fim de 1427. Depois de esmagar totalmente os azcapotzalcos, os três reis decidiram viver "em acordo". O primeiro ato deles foi dividir as terras dos derrotados. De algum modo, Tenochtitlan ficou com a maior parte. Eles ficaram tão satisfeitos com esse sucesso que as três cidades formalizaram sua aliança. Pelas regras estabelecidas, todos os impostos seriam divididos e todas as três participariam de guerras futuras de conquistas, sempre compartilhando os espólios. Cada rei assumia o título de huetlatoani ("orador ancião") em uma rotação, na prática servindo como imperador do reino aliado.

Ao longo do século seguinte, sob uma série de oradores anciões competentes, a Tríplice Aliança Asteca prosperaria, principalmente pisoteando seus vizinhos até se estender do Atlântico até o Pacífico atravessando a mesoamérica. Na verdade, este "império" existia em um quase constante estado de guerra, fosse por necessidade social ou religiosa. Na Weltanschaung asteca (misturando línguas aqui), a morte era fundamental para perpetuar a vida e humanos e deuses tinham que fazer sacrifícios para manter o equilíbrio da criação natural. E o sangue (humano, porque animal não funcionava) impedia o sol de cair. Como os cidadãos não gostavam de ser os que tinham que sangrar, era natural usar as pessoas menos importantes – prisioneiros (daí a necessidade de muitos combates), escravos, servos e pobres. A dimensão dos sacrifícios era impressionante. Historiadores estimam que o Templo Mayor (Grande Pirâmide), em Tenochtitlan, foi palco da morte de 10 a 80 mil pessoas só em 1487, normalmente por decapitação.

Quando os astecas não estavam celebrando rituais sangrentos, eles desenvolveram uma cultura e uma ciência excepcionais na América. Por exemplo, o sofisticado calendário asteca era comparável aos que evoluíram na Europa e na Ásia. A tonalpohualli ("contagem dos dias") tinha um ciclo de 260 dias, cada um identificado por um número de um a treze e um entre 20 signos; a xiuhpohualli ou "contagem dos anos" dividia o ano em 18 períodos de 20 dias cada. Assim, um ano consistia de 360 dias nomeados e cinco sem nome. Os dias sem nome eram considerados dias de azar (certamente o eram para os que foram sacrificados neles para evitar o karma ruim). Acredita-se que esse calendário surgiu de um intenso estudo deles dos céus, pois tinham desenvolvido a astronomia como uma forma de arte. E os astecas registraram tudo isso em amate, um papel de casca, em seu distinto sistema ideográfico.

Quando Itzcoatl morreu em 1440, ele foi substituído pelo seu sobrinho Montezuma (o primeiro, que não deve ser confundindo com o menos competente segundo). O meio-irmão mais velho de Montezuma, Tlacaelel, foi nomeado Cihuacoatl, o que mais ou menos equivale a um primeiro-ministro europeu. Os dois então fizeram de Tenochtitlan um parceiro dominante em sua aliança, na prática, formalizando o Império Asteca. Montezuma cuidava da parte das conquistas – atropelando os huastecas, totonacas, mixtecas, cosamaloapanos, orizabas e cotaxtlas. Tlacaelel focava em reorganizar a civilização asteca seguindo sua própria visão.

Enquanto Montezuma estava ocupado guerreando, Tlacaelel literalmente reescreveu o passado e o futuro asteca, ordenando, segundo fontes, a queima de centenas de textos por causa de "imprecisões históricas". Sob Tlacaelel, a repaginada religião asteca dizia que os astecas eram um povo escolhido, destinado a ser superior a todos os outros. Tlacaelel também enfatizava a importância do militarismo e de sacrifícios ritualísticos na "nova" teologia asteca. E ele coordenou a construção de uma série de templos e prédios religiosos, incluindo o Templo Mayor, em Tenochtitlan, consagrado (com muitos sacrifícios) para a nova divindade suprema de Huitzlopochtli.

Os astecas prosperaram sob os irmãos por três décadas. Com Montezuma, o império se ampliou por 250 mil quilômetros quadrados e cerca de cinco milhões de súditos em seu domínio. Com Tlacaelel, as tribos dominadas eram deixadas à vontade, desde que o imposto exigido (o que incluía doações para sacrifícios, claro) e forças militares fossem fornecidas quando solicitadas. Tenochtitlan tornou-se o centro de uma grande rede de comércio e mercadores astecas fechavam negócios com aliados e inimigos. Sem nenhuma moeda, o comércio era realizado com o escambo. Sem animais de tração ou veículos de rodas, Tlacaelel conduziu a construção de uma extensa rede de estradas projetadas para o tráfego de pedestres, já que tudo tinha de ser levado de um lugar a outro por humanos. As estradas estavam em uso constante, sob a guarda do exército asteca, tornando-as seguras o bastante para que mulheres viajassem sozinhas. Ele também criou telpochcalli (escolas) financiadas pelo governo nas redondezas; nelas, garotos recebiam ensinamentos religiosos e treinamento militar.

Montezuma I morreu em 1468 d.C. e foi sucedido pelo seu filho, Axayácatl, que passou 13 anos consolidando as conquistas do seu pai, reprimindo várias rebeliões e se defendendo do arrogante Império Tarasco. (Tlacaelel morreu em 1487, sem dúvida para o alívio de muitos.) Quando Axayácatl morreu, ele foi substituído pelo seu irmão, o monumentalmente incompetente, Tízoc, que foi assassinado pelos seus nobres depois de apenas cinco anos. Ele foi sucedido por outro irmão, Ahuitzotl, que se saiu melhor: ele conquistou a cidade-estado de Otzoma, cuja população desapareceu (foram mortos ou sacrificados em massa) e começou a construir uma série de fortalezas em várias fronteiras disputadas. Ahuitzotl morreu no Ano 10 do Coelho (usando aqui o complicado calendário asteca). Seu sobrinho, Montezuma II, foi elevado ao trono.

O reinado do novo Montezuma começou de forma desfavorável... e seguiu ladeira abaixo. Ele retirou os conselheiros mais competentes de Ahuitzotl, executando a maioria deles. Ele então aboliu a classe quauhpilli, um tipo de "seminobre", destruindo qualquer chance de pessoas comuns elevarem sua família. As massas logo não tinham mais incentivo para servir às forças armadas do império ou de qualquer outra maneira. Depois de irritar as famílias nobres mais poderosas e alienar os camponeses, Montezuma estava, obviamente, pouco preparado para enfrentar a ameaça dos espanhóis gananciosos, que bateram à porta do dos astecas em fevereiro de 1519.

No início daquele ano, uma expedição, sob o comando de Hernando Cortes – consistindo de uns 11 navios, 630 homens, 13 cavalos e alguns pequenos canhões – desembarcou no Iucatã, parte do Império Maia. Na verdade, a autorização da expedição de Cortes tinha sido revogada pelo governador espanhol em Cuba antes de ele partir do porto, mas Cortes ignorou suas ordens em um evidente motim e velejou assim mesmo (parece que a "a sorte ajuda os imprudentes"). Depois de algumas aventuras, os conquistadores acabaram chegando ao pequeno assentamento de Veracruz, onde encontraram dois governadores de estados tributários astecas. Esses dois concordaram em arranjar uma reunião entre Cortes e Montezuma II.

Montezuma teimosamente se recusou a aceitar o "emissário" espanhol, porém, então Cortes partiu para Tenochtitlan sem ser convidado. Como todos que chegam sem um convite, os espanhóis foram espalhando o caos. Marchando em direção à capital junto de um bando de guerreiros indígenas – que buscavam aventura, saques ou vingança –, Cortes chegou à grande cidade de Cholula. Lá, seu bando festeiro massacrou milhares de membros desarmados da nobreza asteca reunida na praça diante da Grande Pirâmide de lá (a maior pirâmide do mundo, em volume). Depois, só por garantia, os espanhóis queimaram a cidade. Os vassalos astecas oprimidos ficaram tão impressionados que mais deles se juntaram à expedição. Quando Cortes chegou à Tenochtitlan, ele tinha muita companhia.

Prostrando-se diante do inevitável, Montezuma II acolheu os espanhóis pacificamente na cidade para conversar. Foi quando Cortes o fez prisioneiro. Resumindo a longa história, os astecas acabaram por apedrejar Montezuma até ele morrer e expulsaram os espanhóis de sua capital. Mas Cortes voltou com reforços, cercando Tenochtitlan. Com todas as armas, canhões e cavalos (que mais impressionavam os astecas), a cidade logo foi derrotada e arrasada... e em agosto de 1521, Cuauhtémoc, o último governante dos astecas, foi capturado e executado.

Os sanguinários soberanos astecas se foram e o império se despedaçou em cidades-estados novamente, agora sob a tutela dos espanhóis.
PortraitSquare
icon_civilization_aztec

Traços

Líderes
icon_leader_montezuma
Montezuma
Unidades especiais
icon_unit_aztec_eagle_warrior
Guerreiro Águia
Infraestrutura especial
icon_building_tlachtli
Tlachtli

Dados sociais e geográficos

Localização
América do Norte
Tamanho
Estima-se 304 mil quilômetros quadrados (117,5 mil milhas quadradas)
População
Estima-se 5,1 milhões na maior extensão
Capital
Tenochtitlan
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Traços

Líderes
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Montezuma
Unidades especiais
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Guerreiro Águia
Infraestrutura especial
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Tlachtli

Dados sociais e geográficos

Localização
América do Norte
Tamanho
Estima-se 304 mil quilômetros quadrados (117,5 mil milhas quadradas)
População
Estima-se 5,1 milhões na maior extensão
Capital
Tenochtitlan
Habilidade exclusiva

Lenda dos Cinco Sóis

Gasta cargas de Construtores para completar 20% do custo original do distrito.

Contexto Histórico
Quando Hernando Cortes e seu bando irresponsável chegaram, o Império Asteca ainda estava em sua infância, tendo sido criado (mais ou menos) em 1428 d.C. Embora o Excan Tlahtoloyan (Império Asteca) tenha durado apenas cem anos, foram cem anos de muitos acontecimentos.

No começo... havia numerosas altepetl (cidades-estados) espalhadas pelo Vale do México ao longo das margens dos lagos Zumpango, Xaltocan, Texcoco, Xochimilco e Chalco. A região tinha chuvas abundantes e um clima temperado, além de uma terra fértil. Então, os náuatles (também conhecidos como mexihcati) queriam se assentar lá, tendo migrado do sul de Aztlan (a "terra branca", daí "astecas) por volta de 1250.

Infelizmente, várias outras tribos já estavam lá, principalmente os azcapotzalcos e os culhuacans. Os poderosos azcapotzalcos deram permissão para os astecas migrantes se assentarem uma pequena ilha do lago Texcoco em 1325, onde fundaram a cidade de Tenochtitlan. Segundo lendas, o local foi escolhido porque um homem sagrado viu uma águia fazendo ninho em um cacto nopal: sinal de que era o local escolhido. Bem simples para um planejamento urbano. Mas Tenochtitlan estava perfeitamente situada para crescer: era fácil de ser defendida (estando em uma ilha), com muita água e pescado, tendo disponível materiais para construção nas proximidades. Parece que os astecas estavam contentes em pagar impostos à tribo de Azcapotzalco para serem deixados em paz... pelo menos por enquanto.

Os astecas continuaram como súditos da Azcapotzalco por um século. Enquanto isso, outra altepetl próxima estava se agitando. A cidade-estado de Texcoco, dos alcohua, situada ao sul da bacia dos lagos, enriqueceu com o comércio, a ponto de desafiar o domínio da Azcapotzalco. Na guerra que se seguiu, Tenochtitlan permaneceu fiel aos Azcapotzalco e teve um papel vital na conquista de Texcoco. Como resultado, os astecas foram recompensados por sua lealdade e receberam a cidade derrotada como uma província tributária.

Tudo continuou agradável até o rei azcapotzalco, Tezozómoc, morrer de repente em 1426. Na breve guerra civil que se seguiu, os astecas de Tenochtitlan apoiaram o herdeiro preferido do velho rei, um tal de Tayahuah – que não foi a melhor escolha, no fim das contas. O irmão Maxtla venceu e logo começou a punir aqueles que tinham apoiado Tayahuah. No meio disso, o rei asteca morreu em circunstâncias estranhas, provavelmente assassinado por ordens de Maxtla. Mas o novo Rei Itzcoatl continuou rebelde e então Maxtla cercou a cidade, bloqueou a ilha e exigiu rendição total.

Simultaneamente, Maxtla voltou-se para os alcohua em Texcoco, por quem ele também não morria de paixão. O governante texcoco, Nezahualcoyotl, fugiu para o exílio e chegou até Itzcoatl. E a cidade dissidente dos azcapotzalcos de Tlacopan apoiou Itzcoatl. Assim se formou a famosa Tríplice Aliança Asteca: três cidades-estados com um objetivo comum, de derrubar Maxtla, o que elas conseguiram ao fim de 1427. Depois de esmagar totalmente os azcapotzalcos, os três reis decidiram viver "em acordo". O primeiro ato deles foi dividir as terras dos derrotados. De algum modo, Tenochtitlan ficou com a maior parte. Eles ficaram tão satisfeitos com esse sucesso que as três cidades formalizaram sua aliança. Pelas regras estabelecidas, todos os impostos seriam divididos e todas as três participariam de guerras futuras de conquistas, sempre compartilhando os espólios. Cada rei assumia o título de huetlatoani ("orador ancião") em uma rotação, na prática servindo como imperador do reino aliado.

Ao longo do século seguinte, sob uma série de oradores anciões competentes, a Tríplice Aliança Asteca prosperaria, principalmente pisoteando seus vizinhos até se estender do Atlântico até o Pacífico atravessando a mesoamérica. Na verdade, este "império" existia em um quase constante estado de guerra, fosse por necessidade social ou religiosa. Na Weltanschaung asteca (misturando línguas aqui), a morte era fundamental para perpetuar a vida e humanos e deuses tinham que fazer sacrifícios para manter o equilíbrio da criação natural. E o sangue (humano, porque animal não funcionava) impedia o sol de cair. Como os cidadãos não gostavam de ser os que tinham que sangrar, era natural usar as pessoas menos importantes – prisioneiros (daí a necessidade de muitos combates), escravos, servos e pobres. A dimensão dos sacrifícios era impressionante. Historiadores estimam que o Templo Mayor (Grande Pirâmide), em Tenochtitlan, foi palco da morte de 10 a 80 mil pessoas só em 1487, normalmente por decapitação.

Quando os astecas não estavam celebrando rituais sangrentos, eles desenvolveram uma cultura e uma ciência excepcionais na América. Por exemplo, o sofisticado calendário asteca era comparável aos que evoluíram na Europa e na Ásia. A tonalpohualli ("contagem dos dias") tinha um ciclo de 260 dias, cada um identificado por um número de um a treze e um entre 20 signos; a xiuhpohualli ou "contagem dos anos" dividia o ano em 18 períodos de 20 dias cada. Assim, um ano consistia de 360 dias nomeados e cinco sem nome. Os dias sem nome eram considerados dias de azar (certamente o eram para os que foram sacrificados neles para evitar o karma ruim). Acredita-se que esse calendário surgiu de um intenso estudo deles dos céus, pois tinham desenvolvido a astronomia como uma forma de arte. E os astecas registraram tudo isso em amate, um papel de casca, em seu distinto sistema ideográfico.

Quando Itzcoatl morreu em 1440, ele foi substituído pelo seu sobrinho Montezuma (o primeiro, que não deve ser confundindo com o menos competente segundo). O meio-irmão mais velho de Montezuma, Tlacaelel, foi nomeado Cihuacoatl, o que mais ou menos equivale a um primeiro-ministro europeu. Os dois então fizeram de Tenochtitlan um parceiro dominante em sua aliança, na prática, formalizando o Império Asteca. Montezuma cuidava da parte das conquistas – atropelando os huastecas, totonacas, mixtecas, cosamaloapanos, orizabas e cotaxtlas. Tlacaelel focava em reorganizar a civilização asteca seguindo sua própria visão.

Enquanto Montezuma estava ocupado guerreando, Tlacaelel literalmente reescreveu o passado e o futuro asteca, ordenando, segundo fontes, a queima de centenas de textos por causa de "imprecisões históricas". Sob Tlacaelel, a repaginada religião asteca dizia que os astecas eram um povo escolhido, destinado a ser superior a todos os outros. Tlacaelel também enfatizava a importância do militarismo e de sacrifícios ritualísticos na "nova" teologia asteca. E ele coordenou a construção de uma série de templos e prédios religiosos, incluindo o Templo Mayor, em Tenochtitlan, consagrado (com muitos sacrifícios) para a nova divindade suprema de Huitzlopochtli.

Os astecas prosperaram sob os irmãos por três décadas. Com Montezuma, o império se ampliou por 250 mil quilômetros quadrados e cerca de cinco milhões de súditos em seu domínio. Com Tlacaelel, as tribos dominadas eram deixadas à vontade, desde que o imposto exigido (o que incluía doações para sacrifícios, claro) e forças militares fossem fornecidas quando solicitadas. Tenochtitlan tornou-se o centro de uma grande rede de comércio e mercadores astecas fechavam negócios com aliados e inimigos. Sem nenhuma moeda, o comércio era realizado com o escambo. Sem animais de tração ou veículos de rodas, Tlacaelel conduziu a construção de uma extensa rede de estradas projetadas para o tráfego de pedestres, já que tudo tinha de ser levado de um lugar a outro por humanos. As estradas estavam em uso constante, sob a guarda do exército asteca, tornando-as seguras o bastante para que mulheres viajassem sozinhas. Ele também criou telpochcalli (escolas) financiadas pelo governo nas redondezas; nelas, garotos recebiam ensinamentos religiosos e treinamento militar.

Montezuma I morreu em 1468 d.C. e foi sucedido pelo seu filho, Axayácatl, que passou 13 anos consolidando as conquistas do seu pai, reprimindo várias rebeliões e se defendendo do arrogante Império Tarasco. (Tlacaelel morreu em 1487, sem dúvida para o alívio de muitos.) Quando Axayácatl morreu, ele foi substituído pelo seu irmão, o monumentalmente incompetente, Tízoc, que foi assassinado pelos seus nobres depois de apenas cinco anos. Ele foi sucedido por outro irmão, Ahuitzotl, que se saiu melhor: ele conquistou a cidade-estado de Otzoma, cuja população desapareceu (foram mortos ou sacrificados em massa) e começou a construir uma série de fortalezas em várias fronteiras disputadas. Ahuitzotl morreu no Ano 10 do Coelho (usando aqui o complicado calendário asteca). Seu sobrinho, Montezuma II, foi elevado ao trono.

O reinado do novo Montezuma começou de forma desfavorável... e seguiu ladeira abaixo. Ele retirou os conselheiros mais competentes de Ahuitzotl, executando a maioria deles. Ele então aboliu a classe quauhpilli, um tipo de "seminobre", destruindo qualquer chance de pessoas comuns elevarem sua família. As massas logo não tinham mais incentivo para servir às forças armadas do império ou de qualquer outra maneira. Depois de irritar as famílias nobres mais poderosas e alienar os camponeses, Montezuma estava, obviamente, pouco preparado para enfrentar a ameaça dos espanhóis gananciosos, que bateram à porta do dos astecas em fevereiro de 1519.

No início daquele ano, uma expedição, sob o comando de Hernando Cortes – consistindo de uns 11 navios, 630 homens, 13 cavalos e alguns pequenos canhões – desembarcou no Iucatã, parte do Império Maia. Na verdade, a autorização da expedição de Cortes tinha sido revogada pelo governador espanhol em Cuba antes de ele partir do porto, mas Cortes ignorou suas ordens em um evidente motim e velejou assim mesmo (parece que a "a sorte ajuda os imprudentes"). Depois de algumas aventuras, os conquistadores acabaram chegando ao pequeno assentamento de Veracruz, onde encontraram dois governadores de estados tributários astecas. Esses dois concordaram em arranjar uma reunião entre Cortes e Montezuma II.

Montezuma teimosamente se recusou a aceitar o "emissário" espanhol, porém, então Cortes partiu para Tenochtitlan sem ser convidado. Como todos que chegam sem um convite, os espanhóis foram espalhando o caos. Marchando em direção à capital junto de um bando de guerreiros indígenas – que buscavam aventura, saques ou vingança –, Cortes chegou à grande cidade de Cholula. Lá, seu bando festeiro massacrou milhares de membros desarmados da nobreza asteca reunida na praça diante da Grande Pirâmide de lá (a maior pirâmide do mundo, em volume). Depois, só por garantia, os espanhóis queimaram a cidade. Os vassalos astecas oprimidos ficaram tão impressionados que mais deles se juntaram à expedição. Quando Cortes chegou à Tenochtitlan, ele tinha muita companhia.

Prostrando-se diante do inevitável, Montezuma II acolheu os espanhóis pacificamente na cidade para conversar. Foi quando Cortes o fez prisioneiro. Resumindo a longa história, os astecas acabaram por apedrejar Montezuma até ele morrer e expulsaram os espanhóis de sua capital. Mas Cortes voltou com reforços, cercando Tenochtitlan. Com todas as armas, canhões e cavalos (que mais impressionavam os astecas), a cidade logo foi derrotada e arrasada... e em agosto de 1521, Cuauhtémoc, o último governante dos astecas, foi capturado e executado.

Os sanguinários soberanos astecas se foram e o império se despedaçou em cidades-estados novamente, agora sob a tutela dos espanhóis.
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