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Rússia

Suméria

Vietnã

Zululândia

Líderes

Índia
Habilidade exclusiva

Dharma

Recebe bônus de crença de seguidores em uma cidade de cada religião que possui ao menos 1 seguidor.

Contexto Histórico
A Índia pode ser vista como uma das mais antigas civilizações do mundo, ou uma das mais recentes. Situada na encruzilhada do mundo, a Índia teve sua parcela de imperadores e conquistadores, incluindo os máurias e guptas ao norte (que, a propósito, se estranharam com Alexandre em certo momento), e os cholas a sul, com suas profundas conexões com o Sudeste Asiático. Mas, em grande parte do Renascimento e do início da Era Moderna, a Índia ficou sob o controle de outros invasores: o Império Mogol foi fundado por descendentes dos mongóis e tornou-se um dos destaques da arte, arquitetura e proezas indianas. Sob domínio islâmico, ergueram-se estruturas como o Taj Mahal e o Forte Vermelho... isto é, até aparecer a Companhia Britânica das Índias Orientais.

Em 1498 d.C., a frota de Vasco da Gama conseguiu contornar a África e "descobrir" a Índia, embora alguns de seus reinos e impérios tivessem relações comerciais com o ocidente desde os dias do Império Romano. Os portugueses criaram portos de comércio ao longo da costa do subcontinente e foram seguidos pelos holandeses, britânicos e, finalmente, pelos franceses – todos sob o manto de companhias oficiais de comércio. A honorável Companhia Britânica das Índias Orientais, uma corporação de capital aberto, recebeu seu alvará de Elizabeth I em dezembro de 1600 para comercializar mercadorias básicas com o Extremo Oriente. Em seu auge, seria responsável por metade do comércio mundial. Com o tempo, tornou-se a única companhia europeia com atuação na Índia.

Além das complexidades da política local, com todos esses príncipes menores ao redor, a Companhia também teve que lidar com a diversidade de crenças locais. O subcontinente era o local de fundação de quatro grandes religiões: hinduísmo, budismo, siquismo e jainismo, além de suas várias seitas e ramificações. Somam-se a estas várias outras religiões que tinham um pé lá, trazidas por comerciantes e conquistadores, como o islã, o zoroastrismo e até o judaísmo. Contudo, os britânicos podem ter sido responsáveis por alguns desses "ismos", formalizando práticas como a casta (que antes era algo heterogêneo) e criando a categoria "hinduísmo" a partir das diversas práticas que existiam antes de sua chegada.

Foi uma crise de fé que levou o governo britânico a acabar com a farsa da autonomia da Companhia. Em 1857, a Companhia era a potência dominante do subcontinente, com sua própria administração, exército e infraestrutura social, por mais corruptos e ineficientes que tenham sido. Embora houvesse várias razões – como é sempre o caso – para o motim dos cipaios, a gota d'água foi a adoção de novos cartuchos lubrificados para os mosquetes usados pelas tropas nativas. Com razão ou não, eles passaram a crer que os cartuchos, que precisavam ser mordidos para abrir a pólvora, eram lubrificados com gordura bovina (ofensiva aos hindus) e de porco (anátema para os muçulmanos). Como os britânicos insistiram no uso dos cartuchos, numa demonstração de sua típica empatia insular, logo os soldados nativos se revoltaram.

Depois de muito derramamento de sangue, o exército britânico teve que ser chamado para reprimir esta "Primeira Guerra Indiana de Independência". A indignação pública na Inglaterra fez com que a coroa dissolvesse a Companhia no ano seguinte e absorvesse todas as suas posses. Nos anos seguintes, os britânicos, muito eficientes, reorganizaram o exército indiano, o sistema financeiro e a administração colonial. A Índia tornou-se parte do Império Britânico e a Rainha Vitória adicionou "imperatriz da Índia" à sua impressionante lista de títulos. Pelos próximos 90 anos, o Raj Britânico era a peça central de um império "onde o sol nunca se põe".

Quando os britânicos se ocuparam com a finalização da unificação, com batalhas ao longo das fronteiras e buscando sempre obter o máximo de lucro possível, eles moldaram a paisagem e a infraestrutura da Índia. Os britânicos construíram escolas, hospitais, bibliotecas, palcos e todas as outras coisas que são consideradas marcas de civilização, aos quais muitos indianos tinham acesso. Eles codificaram noções de etnia e religião em categorias de recenseamento fáceis de entender. Eles instituíram padrões uniformes de lei, moeda, carceragem penal, métodos de execução e correio. Os britânicos trouxeram com eles a tecnologia da Era Vitoriana, construindo uma rede de linhas de telégrafos, jornais, sistemas de irrigação, estradas e ferrovias por todo o território. E eles fomentaram um senso de identidade indiana, ao menos ao darem aos divergentes povos nativos um igualmente detestado inimigo em comum.

Sob o Raj, de 1880 a 1920, a economia indiana cresceu a um por cento por ano, assim como a população. Mas a tendência britânica de se intrometer nas tradições sociais e morais dos locais repetidamente causava irritações. Por exemplo, na última década do século XIX, vários reformistas (britânicos e indianos) levantaram a causa do casamento de viúvos. Buscando aliviar a discórdia religiosa (e melhorar a eficiência administrativa), o Lorde Curzon dividiu Bengala em uma muçulmana oriental e uma hindu ocidental em 1905; isso durou até ele ser retirado do cargo de vice-rei em 1906. As reformas de Morley-Minto de 1909 deram aos indianos um limitado espaço nos governos provincianos e coloniais, estimulando o crescimento da Liga Muçulmana e do Congresso Nacional Indiano. Com todas as reformas, os britânicos tinham construído pilares ideológicos e organizacionais firmes para um movimento nacionalista pela independência, especialmente entre a nova classe média indiana. Ops.

Auxiliando esse impulso para se autogovernarem estava a reincidência da fome severa por causa dos erros administrativos coloniais e do lucrativo transporte de alimentos para a Inglaterra. A Grande Fome de 1876-78 d.C., levou 5,5 milhões de vidas só no território controlado pelos britânicos e outros milhões nos principados independentes. A fome de 20 anos depois teve outros cinco milhões de mortos e, dois anos depois, a fome de 1899 levou outro milhão. Ironicamente, elas foram causadas pela melhoria da infraestrutura: como as ferrovias podiam transportar os grãos até os portos para exportação, não sobrava nada para os nativos que os cultivavam. Sem contar as várias epidemias que dizimavam a população regularmente.

A Primeira Guerra Mundial foi uma divisora de águas no progresso rumo à independência e autoconfiança. Ela foi recebida – inicialmente – com uma efusão de fervor patriótico pelos nacionalistas indianos e pela maior parte do país. O já reverenciado Mahatma Gandhi concordou em ativamente recrutar seus jovens conterrâneos para a guerra... e, diferente de seu recrutamento para as guerras dos bôeres e zulus, desta vez era para postos de combate e não para o corpo médico. (Alguns defensores argumentam que ele fez isso para que a Índia tivesse um exército treinado e experiente para quando ganhasse sua independência.) Os vários partidos políticos nativos ergueram a banda junto do movimento nacionalista com gosto, exceto em alguns lugares difíceis como Bengala, onde a inquietação chegou ao ponto de paralisar a administração. Mas as altas taxas de fatalidades, a inflação galopante agravada pelos altos impostos e a interrupção do comércio uniram as normalmente discordantes organizações nacionalistas, que argumentavam que o sacrifício do povo indiano exigia uma recompensa... como um governo próprio. Em 1916, o Congresso Nacional Hindu e a Liga Muçulmana forjaram o Pacto de Lucknow, um acordo de cooperação para pressionar a saída dos britânicos.

Em 1921, na sequência do sangrento Massacre de Amritsar de 1919, Gandhi assumiu a liderança do Congresso Nacional Indiano, mas não sem polêmicas. Com a influência de Gopal Gokhale e outros moderados, ele foi eleito presidente e logo colocou em prática uma política de resistência através da desobediência civil sem violência. Isso levou outros líderes do movimento a renunciarem do Congresso, entre eles militantes leais como Chitta Das, Annie Besant e Motilal Nehru. O congresso estava dividido.

Pelos próximos 20 anos, Gandhi, como a "imagem" da resistência ao governo britânico, organizou comícios, boicotes de importados britânicos, protestos e marchas, incluindo a famosa "Marcha do Sal" de 1930, na qual ele e dezenas de seguidores marcharem até o mar para fazer sal como forma de protesto ao imposto britânico no produto. Ele foi preso em várias ocasiões, incluindo uma reclusão de dois anos em 1942 por seu papel no movimento Deixem a Índia, durante o qual sua mulher morreu e ele contraiu malária. Ele foi logo libertado porque as autoridades britânicas temiam que ele morresse na prisão, tornando ele um mártir da causa. (Ele se tornou um finalmente quando foi assassinado por um nacionalista hindu poucos meses antes da independência ser concedida).

Enfraquecidos por duas guerras mundiais e frustrados por não encontrarem resposta para as irritantes táticas de Gandhi, em 1947 o Parlamento Britânico passou o Ato de Independência da Índia. A lei definia uma data para a retirada de toda a presença militar e administrativa britânica e a divisão da colônia britânica em dois países junto da muito disputada Linha Radcliffe: a Índia hindu e o Paquistão muçulmano. Em 14 de agosto, às 11:57h, o Paquistão foi declarado independente e livre; logo após a meia-noite, ás 00:02h, foi a vez da Índia. Os 560 principados restantes receberam o direito de se juntarem a um ou a outro ou serem independentes – uma intenção nobre, que não durou muito até as forças armadas da Índia e do Paquistão se organizarem.

A divisão e a criação de duas nações com crenças radicalmente diferentes em uma terra repleta de fiéis deflagraram uma das maiores migrações em massa da história, com cerca de 15 milhões de fiéis fazendo o possível para ficar do lado certo da Linha Radcliffe. Os refugiados, abandonando tudo, estavam demonstrando bom senso, pois ocorreram também atos inimagináveis de violência, já que as duas novas nações não conseguiam controlar uma maré de derramamento de sangue que traiu a natureza não-violenta da resistência bem-sucedida que lhes tinha trazido a liberdade. Estima-se que mais de um milhão de hindus, muçulmanos e siques foram mortos, deixando um legado de desconfiança entre o Paquistão e a Índia.

Em janeiro de 1950, a Índia foi declarada uma república democrática e socialista. Desde então, a Índia se tornou um membro progressista e pacífico – exceto pela ocasional guerra com o Paquistão e disputa de fronteira com a China – da irmandade das nações.
PortraitSquare
icon_civilization_india

Traços

Líderes
icon_leader_gandhi
Gandhi
icon_leader_chandragupta
Chandragupta
Unidades especiais
icon_unit_indian_varu
Varu
Infraestrutura especial
icon_improvement_stepwell
Poço com Degraus

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Estima-se 1,3 milhões de milhas quadradas (3,3 milhões de quilômetros quadrados)
População
Estima-se 1,2 bilhões (aumentando diariamente)
Capital
Várias (Calcutá, Délhi e agora Nova Deli)
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Traços

Líderes
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Gandhi
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Chandragupta
Unidades especiais
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Varu
Infraestrutura especial
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Poço com Degraus

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Estima-se 1,3 milhões de milhas quadradas (3,3 milhões de quilômetros quadrados)
População
Estima-se 1,2 bilhões (aumentando diariamente)
Capital
Várias (Calcutá, Délhi e agora Nova Deli)
Habilidade exclusiva

Dharma

Recebe bônus de crença de seguidores em uma cidade de cada religião que possui ao menos 1 seguidor.

Contexto Histórico
A Índia pode ser vista como uma das mais antigas civilizações do mundo, ou uma das mais recentes. Situada na encruzilhada do mundo, a Índia teve sua parcela de imperadores e conquistadores, incluindo os máurias e guptas ao norte (que, a propósito, se estranharam com Alexandre em certo momento), e os cholas a sul, com suas profundas conexões com o Sudeste Asiático. Mas, em grande parte do Renascimento e do início da Era Moderna, a Índia ficou sob o controle de outros invasores: o Império Mogol foi fundado por descendentes dos mongóis e tornou-se um dos destaques da arte, arquitetura e proezas indianas. Sob domínio islâmico, ergueram-se estruturas como o Taj Mahal e o Forte Vermelho... isto é, até aparecer a Companhia Britânica das Índias Orientais.

Em 1498 d.C., a frota de Vasco da Gama conseguiu contornar a África e "descobrir" a Índia, embora alguns de seus reinos e impérios tivessem relações comerciais com o ocidente desde os dias do Império Romano. Os portugueses criaram portos de comércio ao longo da costa do subcontinente e foram seguidos pelos holandeses, britânicos e, finalmente, pelos franceses – todos sob o manto de companhias oficiais de comércio. A honorável Companhia Britânica das Índias Orientais, uma corporação de capital aberto, recebeu seu alvará de Elizabeth I em dezembro de 1600 para comercializar mercadorias básicas com o Extremo Oriente. Em seu auge, seria responsável por metade do comércio mundial. Com o tempo, tornou-se a única companhia europeia com atuação na Índia.

Além das complexidades da política local, com todos esses príncipes menores ao redor, a Companhia também teve que lidar com a diversidade de crenças locais. O subcontinente era o local de fundação de quatro grandes religiões: hinduísmo, budismo, siquismo e jainismo, além de suas várias seitas e ramificações. Somam-se a estas várias outras religiões que tinham um pé lá, trazidas por comerciantes e conquistadores, como o islã, o zoroastrismo e até o judaísmo. Contudo, os britânicos podem ter sido responsáveis por alguns desses "ismos", formalizando práticas como a casta (que antes era algo heterogêneo) e criando a categoria "hinduísmo" a partir das diversas práticas que existiam antes de sua chegada.

Foi uma crise de fé que levou o governo britânico a acabar com a farsa da autonomia da Companhia. Em 1857, a Companhia era a potência dominante do subcontinente, com sua própria administração, exército e infraestrutura social, por mais corruptos e ineficientes que tenham sido. Embora houvesse várias razões – como é sempre o caso – para o motim dos cipaios, a gota d'água foi a adoção de novos cartuchos lubrificados para os mosquetes usados pelas tropas nativas. Com razão ou não, eles passaram a crer que os cartuchos, que precisavam ser mordidos para abrir a pólvora, eram lubrificados com gordura bovina (ofensiva aos hindus) e de porco (anátema para os muçulmanos). Como os britânicos insistiram no uso dos cartuchos, numa demonstração de sua típica empatia insular, logo os soldados nativos se revoltaram.

Depois de muito derramamento de sangue, o exército britânico teve que ser chamado para reprimir esta "Primeira Guerra Indiana de Independência". A indignação pública na Inglaterra fez com que a coroa dissolvesse a Companhia no ano seguinte e absorvesse todas as suas posses. Nos anos seguintes, os britânicos, muito eficientes, reorganizaram o exército indiano, o sistema financeiro e a administração colonial. A Índia tornou-se parte do Império Britânico e a Rainha Vitória adicionou "imperatriz da Índia" à sua impressionante lista de títulos. Pelos próximos 90 anos, o Raj Britânico era a peça central de um império "onde o sol nunca se põe".

Quando os britânicos se ocuparam com a finalização da unificação, com batalhas ao longo das fronteiras e buscando sempre obter o máximo de lucro possível, eles moldaram a paisagem e a infraestrutura da Índia. Os britânicos construíram escolas, hospitais, bibliotecas, palcos e todas as outras coisas que são consideradas marcas de civilização, aos quais muitos indianos tinham acesso. Eles codificaram noções de etnia e religião em categorias de recenseamento fáceis de entender. Eles instituíram padrões uniformes de lei, moeda, carceragem penal, métodos de execução e correio. Os britânicos trouxeram com eles a tecnologia da Era Vitoriana, construindo uma rede de linhas de telégrafos, jornais, sistemas de irrigação, estradas e ferrovias por todo o território. E eles fomentaram um senso de identidade indiana, ao menos ao darem aos divergentes povos nativos um igualmente detestado inimigo em comum.

Sob o Raj, de 1880 a 1920, a economia indiana cresceu a um por cento por ano, assim como a população. Mas a tendência britânica de se intrometer nas tradições sociais e morais dos locais repetidamente causava irritações. Por exemplo, na última década do século XIX, vários reformistas (britânicos e indianos) levantaram a causa do casamento de viúvos. Buscando aliviar a discórdia religiosa (e melhorar a eficiência administrativa), o Lorde Curzon dividiu Bengala em uma muçulmana oriental e uma hindu ocidental em 1905; isso durou até ele ser retirado do cargo de vice-rei em 1906. As reformas de Morley-Minto de 1909 deram aos indianos um limitado espaço nos governos provincianos e coloniais, estimulando o crescimento da Liga Muçulmana e do Congresso Nacional Indiano. Com todas as reformas, os britânicos tinham construído pilares ideológicos e organizacionais firmes para um movimento nacionalista pela independência, especialmente entre a nova classe média indiana. Ops.

Auxiliando esse impulso para se autogovernarem estava a reincidência da fome severa por causa dos erros administrativos coloniais e do lucrativo transporte de alimentos para a Inglaterra. A Grande Fome de 1876-78 d.C., levou 5,5 milhões de vidas só no território controlado pelos britânicos e outros milhões nos principados independentes. A fome de 20 anos depois teve outros cinco milhões de mortos e, dois anos depois, a fome de 1899 levou outro milhão. Ironicamente, elas foram causadas pela melhoria da infraestrutura: como as ferrovias podiam transportar os grãos até os portos para exportação, não sobrava nada para os nativos que os cultivavam. Sem contar as várias epidemias que dizimavam a população regularmente.

A Primeira Guerra Mundial foi uma divisora de águas no progresso rumo à independência e autoconfiança. Ela foi recebida – inicialmente – com uma efusão de fervor patriótico pelos nacionalistas indianos e pela maior parte do país. O já reverenciado Mahatma Gandhi concordou em ativamente recrutar seus jovens conterrâneos para a guerra... e, diferente de seu recrutamento para as guerras dos bôeres e zulus, desta vez era para postos de combate e não para o corpo médico. (Alguns defensores argumentam que ele fez isso para que a Índia tivesse um exército treinado e experiente para quando ganhasse sua independência.) Os vários partidos políticos nativos ergueram a banda junto do movimento nacionalista com gosto, exceto em alguns lugares difíceis como Bengala, onde a inquietação chegou ao ponto de paralisar a administração. Mas as altas taxas de fatalidades, a inflação galopante agravada pelos altos impostos e a interrupção do comércio uniram as normalmente discordantes organizações nacionalistas, que argumentavam que o sacrifício do povo indiano exigia uma recompensa... como um governo próprio. Em 1916, o Congresso Nacional Hindu e a Liga Muçulmana forjaram o Pacto de Lucknow, um acordo de cooperação para pressionar a saída dos britânicos.

Em 1921, na sequência do sangrento Massacre de Amritsar de 1919, Gandhi assumiu a liderança do Congresso Nacional Indiano, mas não sem polêmicas. Com a influência de Gopal Gokhale e outros moderados, ele foi eleito presidente e logo colocou em prática uma política de resistência através da desobediência civil sem violência. Isso levou outros líderes do movimento a renunciarem do Congresso, entre eles militantes leais como Chitta Das, Annie Besant e Motilal Nehru. O congresso estava dividido.

Pelos próximos 20 anos, Gandhi, como a "imagem" da resistência ao governo britânico, organizou comícios, boicotes de importados britânicos, protestos e marchas, incluindo a famosa "Marcha do Sal" de 1930, na qual ele e dezenas de seguidores marcharem até o mar para fazer sal como forma de protesto ao imposto britânico no produto. Ele foi preso em várias ocasiões, incluindo uma reclusão de dois anos em 1942 por seu papel no movimento Deixem a Índia, durante o qual sua mulher morreu e ele contraiu malária. Ele foi logo libertado porque as autoridades britânicas temiam que ele morresse na prisão, tornando ele um mártir da causa. (Ele se tornou um finalmente quando foi assassinado por um nacionalista hindu poucos meses antes da independência ser concedida).

Enfraquecidos por duas guerras mundiais e frustrados por não encontrarem resposta para as irritantes táticas de Gandhi, em 1947 o Parlamento Britânico passou o Ato de Independência da Índia. A lei definia uma data para a retirada de toda a presença militar e administrativa britânica e a divisão da colônia britânica em dois países junto da muito disputada Linha Radcliffe: a Índia hindu e o Paquistão muçulmano. Em 14 de agosto, às 11:57h, o Paquistão foi declarado independente e livre; logo após a meia-noite, ás 00:02h, foi a vez da Índia. Os 560 principados restantes receberam o direito de se juntarem a um ou a outro ou serem independentes – uma intenção nobre, que não durou muito até as forças armadas da Índia e do Paquistão se organizarem.

A divisão e a criação de duas nações com crenças radicalmente diferentes em uma terra repleta de fiéis deflagraram uma das maiores migrações em massa da história, com cerca de 15 milhões de fiéis fazendo o possível para ficar do lado certo da Linha Radcliffe. Os refugiados, abandonando tudo, estavam demonstrando bom senso, pois ocorreram também atos inimagináveis de violência, já que as duas novas nações não conseguiam controlar uma maré de derramamento de sangue que traiu a natureza não-violenta da resistência bem-sucedida que lhes tinha trazido a liberdade. Estima-se que mais de um milhão de hindus, muçulmanos e siques foram mortos, deixando um legado de desconfiança entre o Paquistão e a Índia.

Em janeiro de 1950, a Índia foi declarada uma república democrática e socialista. Desde então, a Índia se tornou um membro progressista e pacífico – exceto pela ocasional guerra com o Paquistão e disputa de fronteira com a China – da irmandade das nações.
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