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China
Habilidade exclusiva

Ciclo de Dinastias

Eurecas e Inspirações concedem 50% de cívicos e tecnologias em vez de 40%. Ao concluir uma maravilha, recebe uma Eureca e uma Inspiração aleatórias da era da maravilha, se disponíveis.

Contexto Histórico
A China fez muitas contribuições à civilização: papel, o sino, a carretilha de pesca, a pólvora, a bússola, anteparos, jogos de cartas, o poço de petróleo, a xilogravura, a seda... a lista de invenções chinesas é interminável. A China também deu à civilização grandes religiões (confucionismo, taoísmo, faísmo, bimoísmo e outras) e grandes filosofias (moísmo, legalismo, naturalismo, neotaísmo e assim por diante). Escritores chineses como Shi Nai'an e Wu Cheng'an, artistas como Han Gan e Ma Yuan e compositores como Wei Liangfu e Cai Yan enriqueceram a civilização para além de qualquer medida. Além disso, Além disso, a China introduziu os conceitos de escravidão, monogamia, espionagem, subversão, propaganda, urbanização, lingchi ("morte por mil cortes") e outros.

No assim chamado Período dos Estados Combatentes (de aprox. 475 a.C. a 221 a.C.), a China era composta de sete reinos: Qi, Qin, Zhao, Yan, Han, Chu e Wei. Eles eram rivais... rivais mesmo, porque lutavam incessantemente. Finalmente o rei dos Qin, Ying Zheng, conseguiu a façanha de unificar a China, conquistando o último inimigo (Qi) e assim se proclamando Qin Shi Huang (algo como "primeiro imperador dos Qin"). Durante seu reinado glorioso, além de queimar livros e enterrar vivos os estudiosos que discordavam dele – pois o Período dos Estados Combatentes havia feito surgir as Cem Escolas de Pensamento, uma angustiante coleção de filosofias liberais e pensamento livre –, os Qin conduziram um extenso programa de construção de estradas e canais e até começou a construção da Grande Muralha da China para manter os bárbaros afastados (um esforço inútil, no fim das contas). Embora ele muito tenha procurado pelo lendário elixir da imortalidade, Ying Zheng não o encontrou (é claro) e morreu em 210 a.C. Ele foi enterrado em um enorme mausoléu perto de Chang'an, construído por 700 mil "trabalhadores não remunerados" e protegido pelo famoso Exército de Terracota. O império Qin duraria só mais alguns anos.

Em 207 a.C., Liú Bāng, um rebelde camponês e encrenqueiro de nascença, auxiliado pelo ambicioso Xiang Yu, líder dos Chu, derrubou o incompetente sucessor de Qin Shi Huang do trono e estabeleceu – depois de se livrar do seu aliado – a dinastia Han. Interrompidos brevemente pela dinastia Xin, os Han governaram em tempos de consolidação linguística, experimentação cultural, expressão política, prosperidade econômica, exploração, expansão e inovação tecnológica. Foram bons tempos, que ficaram ainda melhores quando o Imperador Wu tirou a Federação Xiongnu das estepes e redefiniu as tradicionais fronteiras da China. Comerciantes Han se aventuraram ao longe, chegando ao Império Parta e à Índia. Vidros de fabricação romana foram encontrados em ruínas dos Han. Os imperadores Han também espalharam comunas agrícolas de ex-soldados pelas terras ao oeste, marcando assim sua presença na Rota da Seda.

A ascensão do comandante Cao Cao implicou no declínio do Imperador Han. Em 208 d.C., Cao Cao aboliu as Três Excelências, os principais conselheiros do imperador, e tomou para si o posto de chanceler. Em 215, Cao Cao obrigou o Imperador Xian a divorciar-se da imperatriz e aceitar a filha de Cao como sua esposa. Com presságios e sinais no céu indicando que os Han haviam perdido o tianming ("Mandato do Céu"), Xian abdicou de seu trono em dezembro de 220 em favor de Cao Pi, filho de Cao Cao. Pi proclamou a dinastia Wei... e a China unificada imediatamente se despedaçou.

Por 60 anos após a Rebelião dos Turbantes Amarelos – criativamente chamados de "Período dos Três Reinos" por sinólogos –, três reinos disputavam a construção de um novo império centralizado como o Qin e o Han. Os três – os estados de Wei, Shu e Wu – nunca alcançaram o objetivo, com a tarefa cabendo aos Jin. Sima Yan obrigou Cao Huan a ceder o trono dos Wei. Depois de campanhas brilhantes, os Wei dominaram os Shu (263 d.C.) e Wu (279 d.C.). Mas a dinastia Jin estava seriamente enfraquecida pelas brigas familiares dos príncipes imperiais e logo perdeu o controle das províncias ao norte ao oeste (depois disso o império era chamado simplesmente de Jin Oriental), levando ao período chamado de Dezesseis Reinos (outro nome dado pelos espertos sinólogos), que durou até 439.

Apesar de alguma consolidação – trazida por rios de sangue –, foi só em 589 que a China inteira estaria novamente reunida sob um mesmo governante, a pouco duradoura dinastia Sui. Ela foi seguida pela dinastia Tang, que conseguiu ficar no trono de uma China (mais ou menos) unificada até 907 d.C. A administração dos Tang era bem parecida com a dos Han, com ênfase no comércio e na diplomacia, trazendo estabilidade e prosperidade. E com isso a religião e a cultura também prosperaram. O projeto do Grande Canal começado pelos Sui foi concluído, a Rota da Seda reabriu e as leis foram revisadas; entre outras coisas, este último passo expandiu os direitos de propriedade das mulheres e instituiu exames competitivos para burocratas, junto de várias outras inovações. Os impostos foram padronizados com base em uma hierarquia e o primeiro censo chinês foi realizado para que todos pagassem. Poetas brilhantes como Li Bai e Du Fu celebravam a época, criando um alto padrão para a literatura chinesa por séculos.

Mas o Império Tang foi atingido por um século de desastres naturais, com enchentes no rio Amarelo e seguidas secas ao longo do Grande Canal trouxeram uma fome devastadora e o colapso econômico. A produção agrícola caiu pela metade e, como de costume, as pessoas desesperadas buscam por outros líderes. Acuado por intermináveis rebeliões, em 907 Zhu Wen, ex-contrabandista de sal que se tornou governador militar, depôs o último huangdi (imperador) dos Tang. Assim foi deflagrado o período das Cinco Dinastias e Dez Reinos (o nome já diz tudo), que acabou por volta de 960 d.C. Pelos próximos quatro séculos, cinco dinastias reinaram sobre a China (novamente reunificada): os Song, Liao, Jin (de novo), Xia Ocidental e Yuan (criada por Kublai Khan depois que os mongóis passaram por aquela Grande Muralha). Cada uma contribuiu com suas próprias descobertas tecnológicas, filosofias e avanços sociais para a formação da civilização. Mas foi a dinastia Ming que capturou a imaginação.

No centro da China, havia um grande ressentimento em relação ao reinado mongol, que foi exacerbado durante os anos 1340 pela fome e epidemias, e marcado por numerosas revoltas de camponeses. Obviamente, o tianming havia sido retirado dos descentes de Kublai. O pobre camponês que se tornara um líder rebelde Zhu Yuanzhang (chamado hoje de Imperador Hongwu) proclamou a si mesmo imperador Ming em 1368 depois de capturar a capital conhecida atualmente como Beijing. Ele tinha superado muitas coisas; de acordo com lendas, Zhu era o mais novo de sete ou oito irmãos, muitos dos quais foram vendidos para sustentar a família faminta. Depois que o rio Amarelo inundou sua aldeia e doenças mataram o resto de sua família, ele se abrigou em um monastério budista que foi destruído por um exército mongol que retaliava contra rebeldes zoroastrianos. Assim, o próprio Zhu acabou entrando no movimento rebelde, chegando à liderança antes dos 30 anos de idade. E vingança exigia vingança.

A dinastia Ming inaugurou uma era de brilho para a China. Uma vez bem assentado em seu trono, Tatzu (um nome aliterativo para uma pessoa complexa) instituiu diversas iniciativas políticas. Entre as primeiras estava uma ação para limitar o avanço e a influência dos eunucos na corte imperial, onde vários gozavam de grande poder nas dinastias anteriores (talvez alguns dos problemas posteriores do império possam ser atribuídos ao retorno da influência deles, que estabeleceu praticamente uma administração paralela). Na ordem social, quatro classes foram reconhecidas, cada uma com seus direitos e obrigações: nobres, fazendeiros, artesãos e comerciantes. Os próximos imperadores Ming garantiram mais benefícios para a classe dos mercadores, enxergando que os esforços deles geravam riqueza e impostos para o império. Além do combate à ameaça dos mongóis, as guerras com a Coreia e com o Japão consumiram muito dessa riqueza. Em 1640, multidões de camponeses – famintos, incapazes de pagar seus impostos e sem medo do frequentemente derrotado exército imperial – estavam se rebelando. Quando tudo se resolveu, a dinastia Qing (ou Manchu) estava no poder.

E os chineses o fizeram com certa eficiência até os europeus começarem a se agitar. Embora os Polos e outros comerciantes e aventureiros tenham ocasionalmente chegado à China pela porta dos fundos, os portugueses chegaram pelo mar com Jorge Alvares em 1513. Logo, eles tinham "convencido" o Imperador Ming a conceder a eles um "enclave" comercial em Macau, com o primeiro governador de lá assumindo o cargo em 1557. Enquanto isso, sob os Qing, a economia e o governo – que sabiamente tendiam a evitar aventuras ao estrangeiro – estavam estáveis. Com um alto nível de alfabetismo, uma indústria de publicação apoiada pelo governo, cidades em crescimento e uma ênfase confuciana universal na exploração do eu interior contribuíram para uma explosão de criatividade nas artes e na filosofia. Técnicas e artes tradicionais, como a caligrafia, a pintura, a poesia, o teatro e estilos culinários passaram por um ressurgimento.

Mas os irritantes forasteiros continuavam se intrometendo. Quando o século XIX começou, a China Imperial se viu vulnerável ao imperialismo da Europa, dos japoneses meiji e da Rússia. Com forças navais bem superiores, armamento melhor e comunicação e táticas aperfeiçoadas com lutas entre si, as potências colonizadoras buscaram controlar o governo Qing, dominar o comércio chinês e em geral fazer tudo que queriam. A China foi derrotada pela Grã-Bretanha em 1842 na Primeira Guerra do Ópio e obrigada a assinar o infame Tratado de Nanquim, o primeiro de muitos "tratados desiguais". Uma série desses tratados tinha arruinado a economia chinesa até 1900. O Japão, que rapidamente tinha se modernizado e se juntado às brigas colonizadoras, obrigou a China a reconhecer seu domínio sobre a Coreia e sobre Taiwan. Embora os Qing continuassem como governantes no papel, as potências europeias, incluindo a Rússia, dividiram o país inteiro em "esferas de influência" exclusivas. Os Estados Unidos, enquanto isso, unilateralmente declaram uma política de "portas abertas" na China.

Tudo isso foi demais. Em 1899, os populistas da Yihetuan ("Milícia Unida na Justiça") iniciaram o Levante dos Boxers como uma tentativa de devolver a China a si mesma. Infelizmente, eles perderam. Em um tratado de paz esmagador de 1901, as "Oito Nações" (as que tinham sido atacadas pelos Boxers) obrigaram a execução de todos do governo Qing que apoiaram os Boxers, estabeleceu a presença de tropas estrangeiras na capital e impôs uma indenização maior que a arrecadação anual de impostos do país inteiro. A nação afundou-se na desordem interna. A Imperatriz Viúva Tseu-Hi reagiu pedindo propostas de reforma dos governadores das províncias. Embora vastas e inovadoras, mesmo que fossem adotadas com sucesso, era tarde demais. Em novembro de 1908, o imperador morreu repentinamente (provavelmente envenenado com arsênico), com Tseu-Hi assumindo no dia seguinte. Diante as insurreições e rebeliões, a nova Imperatriz Longyu convenceu o Imperador Puyi (que era uma criança) abdicar o torno, levando ao fim dois milênios de governo imperial da China. E a China caiu em outro período de disputas entre senhores da guerra sanguinários.
PortraitSquare
icon_civilization_china

Traços

Líderes
icon_leader_qin
Qin (Mandato do Céu)
icon_leader_default
Yongle
icon_leader_default
Wu Zetian
icon_leader_default
Qin (Unificador)
icon_leader_default
Kublai Khan (China)
Unidades especiais
icon_unit_chinese_crouching_tiger
Tigre Agachado
Infraestrutura especial
icon_improvement_great_wall
Grande Muralha

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Estima-se 9,6 milhões de quilômetros quadrados (3,7 milhões de milhas quadradas)
População
1,1 bilhão em 1990
Capital
Muitas (as quatro principais são: Nanjing, Luoyang, Chang'an e, atualmente, Beijing)
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Traços

Líderes
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Qin (Mandato do Céu)
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Yongle
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Wu Zetian
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Qin (Unificador)
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Kublai Khan (China)
Unidades especiais
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Tigre Agachado
Infraestrutura especial
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Grande Muralha

Dados sociais e geográficos

Localização
Ásia
Tamanho
Estima-se 9,6 milhões de quilômetros quadrados (3,7 milhões de milhas quadradas)
População
1,1 bilhão em 1990
Capital
Muitas (as quatro principais são: Nanjing, Luoyang, Chang'an e, atualmente, Beijing)
Habilidade exclusiva

Ciclo de Dinastias

Eurecas e Inspirações concedem 50% de cívicos e tecnologias em vez de 40%. Ao concluir uma maravilha, recebe uma Eureca e uma Inspiração aleatórias da era da maravilha, se disponíveis.

Contexto Histórico
A China fez muitas contribuições à civilização: papel, o sino, a carretilha de pesca, a pólvora, a bússola, anteparos, jogos de cartas, o poço de petróleo, a xilogravura, a seda... a lista de invenções chinesas é interminável. A China também deu à civilização grandes religiões (confucionismo, taoísmo, faísmo, bimoísmo e outras) e grandes filosofias (moísmo, legalismo, naturalismo, neotaísmo e assim por diante). Escritores chineses como Shi Nai'an e Wu Cheng'an, artistas como Han Gan e Ma Yuan e compositores como Wei Liangfu e Cai Yan enriqueceram a civilização para além de qualquer medida. Além disso, Além disso, a China introduziu os conceitos de escravidão, monogamia, espionagem, subversão, propaganda, urbanização, lingchi ("morte por mil cortes") e outros.

No assim chamado Período dos Estados Combatentes (de aprox. 475 a.C. a 221 a.C.), a China era composta de sete reinos: Qi, Qin, Zhao, Yan, Han, Chu e Wei. Eles eram rivais... rivais mesmo, porque lutavam incessantemente. Finalmente o rei dos Qin, Ying Zheng, conseguiu a façanha de unificar a China, conquistando o último inimigo (Qi) e assim se proclamando Qin Shi Huang (algo como "primeiro imperador dos Qin"). Durante seu reinado glorioso, além de queimar livros e enterrar vivos os estudiosos que discordavam dele – pois o Período dos Estados Combatentes havia feito surgir as Cem Escolas de Pensamento, uma angustiante coleção de filosofias liberais e pensamento livre –, os Qin conduziram um extenso programa de construção de estradas e canais e até começou a construção da Grande Muralha da China para manter os bárbaros afastados (um esforço inútil, no fim das contas). Embora ele muito tenha procurado pelo lendário elixir da imortalidade, Ying Zheng não o encontrou (é claro) e morreu em 210 a.C. Ele foi enterrado em um enorme mausoléu perto de Chang'an, construído por 700 mil "trabalhadores não remunerados" e protegido pelo famoso Exército de Terracota. O império Qin duraria só mais alguns anos.

Em 207 a.C., Liú Bāng, um rebelde camponês e encrenqueiro de nascença, auxiliado pelo ambicioso Xiang Yu, líder dos Chu, derrubou o incompetente sucessor de Qin Shi Huang do trono e estabeleceu – depois de se livrar do seu aliado – a dinastia Han. Interrompidos brevemente pela dinastia Xin, os Han governaram em tempos de consolidação linguística, experimentação cultural, expressão política, prosperidade econômica, exploração, expansão e inovação tecnológica. Foram bons tempos, que ficaram ainda melhores quando o Imperador Wu tirou a Federação Xiongnu das estepes e redefiniu as tradicionais fronteiras da China. Comerciantes Han se aventuraram ao longe, chegando ao Império Parta e à Índia. Vidros de fabricação romana foram encontrados em ruínas dos Han. Os imperadores Han também espalharam comunas agrícolas de ex-soldados pelas terras ao oeste, marcando assim sua presença na Rota da Seda.

A ascensão do comandante Cao Cao implicou no declínio do Imperador Han. Em 208 d.C., Cao Cao aboliu as Três Excelências, os principais conselheiros do imperador, e tomou para si o posto de chanceler. Em 215, Cao Cao obrigou o Imperador Xian a divorciar-se da imperatriz e aceitar a filha de Cao como sua esposa. Com presságios e sinais no céu indicando que os Han haviam perdido o tianming ("Mandato do Céu"), Xian abdicou de seu trono em dezembro de 220 em favor de Cao Pi, filho de Cao Cao. Pi proclamou a dinastia Wei... e a China unificada imediatamente se despedaçou.

Por 60 anos após a Rebelião dos Turbantes Amarelos – criativamente chamados de "Período dos Três Reinos" por sinólogos –, três reinos disputavam a construção de um novo império centralizado como o Qin e o Han. Os três – os estados de Wei, Shu e Wu – nunca alcançaram o objetivo, com a tarefa cabendo aos Jin. Sima Yan obrigou Cao Huan a ceder o trono dos Wei. Depois de campanhas brilhantes, os Wei dominaram os Shu (263 d.C.) e Wu (279 d.C.). Mas a dinastia Jin estava seriamente enfraquecida pelas brigas familiares dos príncipes imperiais e logo perdeu o controle das províncias ao norte ao oeste (depois disso o império era chamado simplesmente de Jin Oriental), levando ao período chamado de Dezesseis Reinos (outro nome dado pelos espertos sinólogos), que durou até 439.

Apesar de alguma consolidação – trazida por rios de sangue –, foi só em 589 que a China inteira estaria novamente reunida sob um mesmo governante, a pouco duradoura dinastia Sui. Ela foi seguida pela dinastia Tang, que conseguiu ficar no trono de uma China (mais ou menos) unificada até 907 d.C. A administração dos Tang era bem parecida com a dos Han, com ênfase no comércio e na diplomacia, trazendo estabilidade e prosperidade. E com isso a religião e a cultura também prosperaram. O projeto do Grande Canal começado pelos Sui foi concluído, a Rota da Seda reabriu e as leis foram revisadas; entre outras coisas, este último passo expandiu os direitos de propriedade das mulheres e instituiu exames competitivos para burocratas, junto de várias outras inovações. Os impostos foram padronizados com base em uma hierarquia e o primeiro censo chinês foi realizado para que todos pagassem. Poetas brilhantes como Li Bai e Du Fu celebravam a época, criando um alto padrão para a literatura chinesa por séculos.

Mas o Império Tang foi atingido por um século de desastres naturais, com enchentes no rio Amarelo e seguidas secas ao longo do Grande Canal trouxeram uma fome devastadora e o colapso econômico. A produção agrícola caiu pela metade e, como de costume, as pessoas desesperadas buscam por outros líderes. Acuado por intermináveis rebeliões, em 907 Zhu Wen, ex-contrabandista de sal que se tornou governador militar, depôs o último huangdi (imperador) dos Tang. Assim foi deflagrado o período das Cinco Dinastias e Dez Reinos (o nome já diz tudo), que acabou por volta de 960 d.C. Pelos próximos quatro séculos, cinco dinastias reinaram sobre a China (novamente reunificada): os Song, Liao, Jin (de novo), Xia Ocidental e Yuan (criada por Kublai Khan depois que os mongóis passaram por aquela Grande Muralha). Cada uma contribuiu com suas próprias descobertas tecnológicas, filosofias e avanços sociais para a formação da civilização. Mas foi a dinastia Ming que capturou a imaginação.

No centro da China, havia um grande ressentimento em relação ao reinado mongol, que foi exacerbado durante os anos 1340 pela fome e epidemias, e marcado por numerosas revoltas de camponeses. Obviamente, o tianming havia sido retirado dos descentes de Kublai. O pobre camponês que se tornara um líder rebelde Zhu Yuanzhang (chamado hoje de Imperador Hongwu) proclamou a si mesmo imperador Ming em 1368 depois de capturar a capital conhecida atualmente como Beijing. Ele tinha superado muitas coisas; de acordo com lendas, Zhu era o mais novo de sete ou oito irmãos, muitos dos quais foram vendidos para sustentar a família faminta. Depois que o rio Amarelo inundou sua aldeia e doenças mataram o resto de sua família, ele se abrigou em um monastério budista que foi destruído por um exército mongol que retaliava contra rebeldes zoroastrianos. Assim, o próprio Zhu acabou entrando no movimento rebelde, chegando à liderança antes dos 30 anos de idade. E vingança exigia vingança.

A dinastia Ming inaugurou uma era de brilho para a China. Uma vez bem assentado em seu trono, Tatzu (um nome aliterativo para uma pessoa complexa) instituiu diversas iniciativas políticas. Entre as primeiras estava uma ação para limitar o avanço e a influência dos eunucos na corte imperial, onde vários gozavam de grande poder nas dinastias anteriores (talvez alguns dos problemas posteriores do império possam ser atribuídos ao retorno da influência deles, que estabeleceu praticamente uma administração paralela). Na ordem social, quatro classes foram reconhecidas, cada uma com seus direitos e obrigações: nobres, fazendeiros, artesãos e comerciantes. Os próximos imperadores Ming garantiram mais benefícios para a classe dos mercadores, enxergando que os esforços deles geravam riqueza e impostos para o império. Além do combate à ameaça dos mongóis, as guerras com a Coreia e com o Japão consumiram muito dessa riqueza. Em 1640, multidões de camponeses – famintos, incapazes de pagar seus impostos e sem medo do frequentemente derrotado exército imperial – estavam se rebelando. Quando tudo se resolveu, a dinastia Qing (ou Manchu) estava no poder.

E os chineses o fizeram com certa eficiência até os europeus começarem a se agitar. Embora os Polos e outros comerciantes e aventureiros tenham ocasionalmente chegado à China pela porta dos fundos, os portugueses chegaram pelo mar com Jorge Alvares em 1513. Logo, eles tinham "convencido" o Imperador Ming a conceder a eles um "enclave" comercial em Macau, com o primeiro governador de lá assumindo o cargo em 1557. Enquanto isso, sob os Qing, a economia e o governo – que sabiamente tendiam a evitar aventuras ao estrangeiro – estavam estáveis. Com um alto nível de alfabetismo, uma indústria de publicação apoiada pelo governo, cidades em crescimento e uma ênfase confuciana universal na exploração do eu interior contribuíram para uma explosão de criatividade nas artes e na filosofia. Técnicas e artes tradicionais, como a caligrafia, a pintura, a poesia, o teatro e estilos culinários passaram por um ressurgimento.

Mas os irritantes forasteiros continuavam se intrometendo. Quando o século XIX começou, a China Imperial se viu vulnerável ao imperialismo da Europa, dos japoneses meiji e da Rússia. Com forças navais bem superiores, armamento melhor e comunicação e táticas aperfeiçoadas com lutas entre si, as potências colonizadoras buscaram controlar o governo Qing, dominar o comércio chinês e em geral fazer tudo que queriam. A China foi derrotada pela Grã-Bretanha em 1842 na Primeira Guerra do Ópio e obrigada a assinar o infame Tratado de Nanquim, o primeiro de muitos "tratados desiguais". Uma série desses tratados tinha arruinado a economia chinesa até 1900. O Japão, que rapidamente tinha se modernizado e se juntado às brigas colonizadoras, obrigou a China a reconhecer seu domínio sobre a Coreia e sobre Taiwan. Embora os Qing continuassem como governantes no papel, as potências europeias, incluindo a Rússia, dividiram o país inteiro em "esferas de influência" exclusivas. Os Estados Unidos, enquanto isso, unilateralmente declaram uma política de "portas abertas" na China.

Tudo isso foi demais. Em 1899, os populistas da Yihetuan ("Milícia Unida na Justiça") iniciaram o Levante dos Boxers como uma tentativa de devolver a China a si mesma. Infelizmente, eles perderam. Em um tratado de paz esmagador de 1901, as "Oito Nações" (as que tinham sido atacadas pelos Boxers) obrigaram a execução de todos do governo Qing que apoiaram os Boxers, estabeleceu a presença de tropas estrangeiras na capital e impôs uma indenização maior que a arrecadação anual de impostos do país inteiro. A nação afundou-se na desordem interna. A Imperatriz Viúva Tseu-Hi reagiu pedindo propostas de reforma dos governadores das províncias. Embora vastas e inovadoras, mesmo que fossem adotadas com sucesso, era tarde demais. Em novembro de 1908, o imperador morreu repentinamente (provavelmente envenenado com arsênico), com Tseu-Hi assumindo no dia seguinte. Diante as insurreições e rebeliões, a nova Imperatriz Longyu convenceu o Imperador Puyi (que era uma criança) abdicar o torno, levando ao fim dois milênios de governo imperial da China. E a China caiu em outro período de disputas entre senhores da guerra sanguinários.
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