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Vietnã

Zululândia

Líderes

Germânia
Habilidade exclusiva

Cidades Imperiais Livres

Cada cidade pode construir um distrito a mais do que o normal (excedendo o limite normal baseado em população).

Contexto Histórico
Não havia uma "Alemanha" – não até 1870 d.C., quando Bismarck convenceu certas pessoas de que o bem de um era mais importante que o bem de muitos. Pelo que se sabe, Júlio César foi o primeiro a usar o termo Germânia para se referir às terras de bárbaros do outro lado do Reno em relação aos "pacíficos" gauleses; a palavra "Alemanha", usada no português, deriva do francês e se referia ao povo germânico dos alamanos. Geograficamente, a "Germânia" se estendia do Reno até o Vístula, do Báltico ao Danúbio. Como César percebeu, os gauleses eram guerreiros, mas podiam ser civilizados; os teutões, por outro lado, eram selvagens demais e sem jeito para qualquer coisa que não fosse a conquista. Talvez ele estivesse certo. Com o colapso do Império Romano, todas essas tribos incultas se tornaram "povos e reinos independentes e separados". Nada os unificava, exceto por uma língua comum (apesar de, considerando os dialetos, algumas serem incompreensíveis para outros alemães), tradições e um gosto por matarem uns aos outros.

Coube a Carlos Magno, que havia sido coroado imperador no ocidente pelo Papa Leão III, em dezembro de 800, a tarefa de (brevemente) unificá-los. Mas foi a coroação do Duque Oto I em 936, como Rex Teutonicorum ("rei dos germânicos") e depois como Sacro Imperador Romano Germânico, sob o princípio de translatio imperii (transferência de poder), proclamado pelo Papa João XII, que finalmente fechou o acordo. Isso depois que os dois, após muita negociação, assinaram o Privilegium Ottonianum, em que o Papa era reconhecido como líder espiritual da Igreja Católica – para que os prelados não pudessem interpretar as escrituras como quisessem – com o Rei-Imperador Germânico como seu protetor secular. Oto passou o resto da sua vida tentando acalmar os "ducados raízes" (os cinco poderosos e autônomos ducados constituintes da Germânia: Francônia, Baviera, Lotaríngia, Saxônia e Suábia), combatendo os franceses, os magiares, os italianos e os eslavos, reprimindo rebeliões e em geral não curtindo muito a vida.

A sucessão de imperadores depois de Oto foi uma bagunça total, uma mistura de fatores sempre diferentes. Os reis da Germânia eram eleitos pelos "sete príncipes-eleitores" (três arcebispos e quatro príncipes seculares germânicos) como definido pela Bula Dourada de 1356. Sim, foram necessários 400 anos até os germânicos concordarem com isso. Antes, as eleições do Rex Teutonicorum pareciam uma anarquia cortês. Graças à Guerra dos Trinta Anos, outro eleitor foi adicionado para manter um equilíbrio entre os protestantes e os católicos. Em 1692, mais um foi acrescentado para que os infelizes entraves não mais acontecessem. Então, pouco antes de Napoleão acabar com tudo, a estrutura constitucional do eleitorado foi revisada em 1803. Uma vez eleito o Rex, a coroação do imperador do Sacro Império Romano-Germânico era apenas uma formalidade conduzida por quem estivesse sentado na Cadeira de São Pedro à época.

Uma longa linhagem de reis-imperadores sucederam Oto, o Grande: Saxões, Salianos, Hohenstaufen, Welf, Luxemburgos, Wittelsbach e muitos Habsburgos, que não davam o braço a torcer. Alguns foram grandiosos e gloriosos, como Henrique IV e Frederico Barba-Ruiva; outros foram venais e vaidosos, como Oto IV e Luís IV. Seja quais fossem suas habilidades e políticas, todos tiveram que lidar com todas as centenas de pequenos reinos, cada um querendo preservar seu próprio "poder" e privilégio.

E não era como se essa mistura fosse estável. Por volta de 1040, a Francônia se dividiu em entidades menores: a cidade-estado de Frankfurt, os principados-bispados de Mainz, Speyer e Worms e o landgraviato de Hesse e outras partes. No século XIII, os Cavaleiros Teutônicos tomaram a Prússia no leste para somar ao bando; a Boêmia, a Silésia e a Pomerânia foram tomadas dos eslavos por nobres germânicos e ambiciosos. E assim por diante.

Ainda assim, a Germânia era relativamente pacífica e, mais importante, próspera. Isso se devia, em parte, à ascensão da Liga Hanseática, uma "aliança comercial" de portos e guildas bancárias que dominavam o comércio no Báltico e ao longo da costa do Mar do Norte. Madeira, pele, grãos, minérios e peixes fluíam para o oeste e mercadorias manufaturadas fluíam para o leste. Sediada na "Cidade Imperial de Livre" de Lübeck (assim decretada pelo imperador Frederico II em 1226), a Liga se estabeleceu firmemente em cidades como Colônia, Brema e Hamburgo, tinha depósitos e escritórios em portos com distantes, como Londres e Novgorod. Ela se desenvolveu dos anos 1200 aos 1500. Os cidadãos germânicos comuns detinham o mais alto padrão de vida da Europa neste período. E havia um crescente número deles: apesar das guerras e doenças, em 1500 uns cinco a seis milhões viviam lá, muitos deles artesãos e mercadores organizados em guildas (algumas delas permitiam a entrada de mulheres).

Enquanto isso, com o crescimento das cidades e dinheiro a ser gasto, as artes se desenvolveram. No século XII, a Abadessa Hildegarda de Bingen escreveu influentes obras teológicas e medicinais, além de poemas litúrgicos, canções e a mais antiga peça de teatro de moralidade europeia. Um século depois, von der Vogelweide definiu o padrão de poesia lírica europeia da época. O engenhoso Johannes Gutenberg de Mainz desenvolveu os tipos móveis de metal e com isso a imprensa. Quando as pessoas comuns puderam ler e pensar sobre o que seus superiores diziam, tudo mudou. (Levou uns dois séculos para que o alfabetismo universal se popularizasse na Alemanha, mas isso levou a movimentos como a Reforma, o Renascimento nórdico e a Revolução Científica).

Tudo estava indo bem na Alemanha, até que Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o idioma nacional (agora qualquer um podia comprar uma por causa da imprensa) e depois pregou suas "Noventa e Cinco Teses sobre o Poder e Eficácia das Indulgências" na porta da igreja em Wittenberg, em outubro de 1517. A teologia "protestante" dele logo deflagrou a Guerra dos Camponeses (o maior levante popular da Europa até a Revolução Francesa) e depois, a ainda mais sangrenta Guerra dos Trinta Anos após a Paz de Augsburgo de 1555 – na qual a fé luterana foi reconhecida como legítima e que a fé de uma região seria a mesma do seu governante – entrar em colapso. De 1618 a 1648, os exércitos e mercenários da Liga Católica e da União Protestante massacraram os "descrentes". Estima-se que a população da Alemanha caiu entre 20% a 38% até a febre religiosa se extinguir.

A imponente figura de Martinho Lutero consta, ironicamente, nos anais do Renascimento Alemão, junto de artistas como Albrecht Dürer e Johann Reuchlin, e músicos como Pachelbel. Isso inclui vários arquitetos famosos como Elias Holl e Hans Krumpper. Mas os cientistas alemães dos anos 1600 e 1700 tiveram ainda mais influência sobre a civilização, que desenvolveram uma base de descobertas, entendimentos e uso indevido das ciências sem paralelo em outros lugares (há uma razão para um dos cientistas mais famosos, embora fictício, seja o Dr. Frankenstein, que estuda na Universidade de Ingolstadt). Johannes Kepler de Stuttgart revolucionou a cosmologia; o polígrafo von Liebniz desenvolveu o cálculo e fundou a Academia de Ciências da Prússia em 1700; o filósofo Immanuel Kant buscava uma base científica para a ética. O trabalho da astrônoma Maria Winkelmann da saxônia e da naturalista Maria Merian de Frankfurt abriu as portas para mais mulheres alemães ganharem renome como cientistas malucas. E com o crescimento da imprensa, havia muitas oportunidades para confundir as mentes impressionáveis.

Mesmo com artistas e cientistas alemães iluminando a civilização, o Sacro Império Romano-Germânico cambaleava. Nessa altura da história, o feudalismo europeu estava sendo expulso pelas leis e uma ascendente burguesia achava sua voz. Novas e mais enérgicas dinastias estavam surgindo em vários reinos alemães: a Casa de Hohenzollern em Brandemburgo-Prússia, a Casa de Wittelsbach na Baviera, a Casa de Welf na Saxônia, a Casa de Hesse-Kassel em (onde mais?) Hesse e assim por diante. Todas elas começaram a se inquietar sob o governo dos Habsburgos, que desde 1500 tinham sido reis da Alemanha e, portanto, imperadores do Sacro Império Romano, apesar de serem austríacos. Mesmo quando a linhagem principal morreu e Carlos VII da Baviera foi brevemente imperador (1742-1745), logo a Casa de Habsburgo-Lorena se amarrou ao trono. A ideia de reforma ainda estava no ar, porém, e o imperador respondeu, embora tardiamente.

Quando Frederico III precisou do apoio dos duques alemães para financiar suas guerras e eleger seu filho, Maximiliano I, como Rei da Germânia, ele se viu diante de uma frente unificada que exigia participação na tomada de decisões. Eles "pediram" a criação de uma assembleia de eleitores e outros duques aconselhassem e supervisionassem o rei em uma dieta imperial (a Reichstag). Embora Frederico tenha evitado a convocação da primeira Reichstag, seu filho – mais conciliatório ou menos inteligente – finalmente convocou a Dieta de Worms. Lá, o rei e os duques concordaram com quatro regras, juntas conhecidas como a Reichsreform, um conjunto de atos que deu ao império em desintegração alguma estrutura, incluindo a "paz perpétua" (uma proibição de feudos para a nobreza alemã) e a instituição de um novo imposto imperial para sustentar a nova infraestrutura. As dietas que vieram depois criaram mais leis e reformas... e impostos.

Em meados de 1700, porém, os acontecimentos eram mais rápidos do que os esforços para preservar o Reino da Germânia ou o Sacro Império Romano-Germânico. Os vários governantes mantinham seus próprios exércitos e diplomatas, como sempre, e agora eles os utilizavam independentemente do que o "rei" queria ou fizesse. Na Guerra Silesiana e na Guerra dos Sete Anos, a Prússia foi reconhecida em toda a Europa como uma "grande potência", sendo conduzida por um "absolutismo iluminado". Na Baviera e em Württemberg, governantes despejavam recursos em palácios, amantes e nas artes. Os landgraves da Hesse-Kassel e Hanôver ganhavam dinheiro alugando seus soldados de elite como mercenários. E, por fim, os duques de Hanôver se tornaram reis da Inglaterra e perderam o interesse nos assuntos domésticos (Jorge III, nascido em Londres e rei da Inglaterra durante a Revolução Americana, não visitou Hanôver nem uma só vez.)

O fim de qualquer pretensão de unidade de um reino alemão finalmente chegou com a Revolução Francesa e as subsequentes Guerras Napoleônicas. A mediatização e a secularização foram aceleradas pelo espectro de uma sangrenta Revolução Francesa. Mediatização era o processo de anexar as terras de uma monarquia a um vizinho adjacente, deixando o território anexado com direitos negociados. A secularização era o processo de absorção de todos os pedacinhos restantes de terra eclesiástica pelos nobres próximos. E de 1792 em diante, a França revolucionária estava em guerra com a maioria dos estados alemães, mas nunca com todos de uma só vez. O Reino da Germânia e o Sacro Império Romano-Germânico foram formalmente dissolvidos por Napoleão quando Francisco II (da Áustria) abdicou no início de 1806 depois de uma vitória francesa em Austerlitz. Napoleão reorganizou boa parte do que era o Reino da Germânia na Confederação do Reno, posteriormente substituída pela Confederação Germânica em 1815.
PortraitSquare
icon_civilization_germany

Traços

Líderes
icon_leader_barbarossa
Frederico Barba-Ruiva
icon_leader_default
Luís II
Unidades especiais
icon_unit_german_uboat
Submarino U-Boat
Infraestrutura especial
icon_district_hansa
Hansa

Dados sociais e geográficos

Localização
Europa
Tamanho
Estima-se 1 milhão de quilômetros quadrados (390 mil milhas quadradas) em 1050 d.C.
População
Estima-se 26,3 milhões (em 1780 d.C.)
Capital
Atualmente, Berlim
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Líderes
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Frederico Barba-Ruiva
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Luís II
Unidades especiais
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Submarino U-Boat
Infraestrutura especial
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Hansa

Dados sociais e geográficos

Localização
Europa
Tamanho
Estima-se 1 milhão de quilômetros quadrados (390 mil milhas quadradas) em 1050 d.C.
População
Estima-se 26,3 milhões (em 1780 d.C.)
Capital
Atualmente, Berlim
Habilidade exclusiva

Cidades Imperiais Livres

Cada cidade pode construir um distrito a mais do que o normal (excedendo o limite normal baseado em população).

Contexto Histórico
Não havia uma "Alemanha" – não até 1870 d.C., quando Bismarck convenceu certas pessoas de que o bem de um era mais importante que o bem de muitos. Pelo que se sabe, Júlio César foi o primeiro a usar o termo Germânia para se referir às terras de bárbaros do outro lado do Reno em relação aos "pacíficos" gauleses; a palavra "Alemanha", usada no português, deriva do francês e se referia ao povo germânico dos alamanos. Geograficamente, a "Germânia" se estendia do Reno até o Vístula, do Báltico ao Danúbio. Como César percebeu, os gauleses eram guerreiros, mas podiam ser civilizados; os teutões, por outro lado, eram selvagens demais e sem jeito para qualquer coisa que não fosse a conquista. Talvez ele estivesse certo. Com o colapso do Império Romano, todas essas tribos incultas se tornaram "povos e reinos independentes e separados". Nada os unificava, exceto por uma língua comum (apesar de, considerando os dialetos, algumas serem incompreensíveis para outros alemães), tradições e um gosto por matarem uns aos outros.

Coube a Carlos Magno, que havia sido coroado imperador no ocidente pelo Papa Leão III, em dezembro de 800, a tarefa de (brevemente) unificá-los. Mas foi a coroação do Duque Oto I em 936, como Rex Teutonicorum ("rei dos germânicos") e depois como Sacro Imperador Romano Germânico, sob o princípio de translatio imperii (transferência de poder), proclamado pelo Papa João XII, que finalmente fechou o acordo. Isso depois que os dois, após muita negociação, assinaram o Privilegium Ottonianum, em que o Papa era reconhecido como líder espiritual da Igreja Católica – para que os prelados não pudessem interpretar as escrituras como quisessem – com o Rei-Imperador Germânico como seu protetor secular. Oto passou o resto da sua vida tentando acalmar os "ducados raízes" (os cinco poderosos e autônomos ducados constituintes da Germânia: Francônia, Baviera, Lotaríngia, Saxônia e Suábia), combatendo os franceses, os magiares, os italianos e os eslavos, reprimindo rebeliões e em geral não curtindo muito a vida.

A sucessão de imperadores depois de Oto foi uma bagunça total, uma mistura de fatores sempre diferentes. Os reis da Germânia eram eleitos pelos "sete príncipes-eleitores" (três arcebispos e quatro príncipes seculares germânicos) como definido pela Bula Dourada de 1356. Sim, foram necessários 400 anos até os germânicos concordarem com isso. Antes, as eleições do Rex Teutonicorum pareciam uma anarquia cortês. Graças à Guerra dos Trinta Anos, outro eleitor foi adicionado para manter um equilíbrio entre os protestantes e os católicos. Em 1692, mais um foi acrescentado para que os infelizes entraves não mais acontecessem. Então, pouco antes de Napoleão acabar com tudo, a estrutura constitucional do eleitorado foi revisada em 1803. Uma vez eleito o Rex, a coroação do imperador do Sacro Império Romano-Germânico era apenas uma formalidade conduzida por quem estivesse sentado na Cadeira de São Pedro à época.

Uma longa linhagem de reis-imperadores sucederam Oto, o Grande: Saxões, Salianos, Hohenstaufen, Welf, Luxemburgos, Wittelsbach e muitos Habsburgos, que não davam o braço a torcer. Alguns foram grandiosos e gloriosos, como Henrique IV e Frederico Barba-Ruiva; outros foram venais e vaidosos, como Oto IV e Luís IV. Seja quais fossem suas habilidades e políticas, todos tiveram que lidar com todas as centenas de pequenos reinos, cada um querendo preservar seu próprio "poder" e privilégio.

E não era como se essa mistura fosse estável. Por volta de 1040, a Francônia se dividiu em entidades menores: a cidade-estado de Frankfurt, os principados-bispados de Mainz, Speyer e Worms e o landgraviato de Hesse e outras partes. No século XIII, os Cavaleiros Teutônicos tomaram a Prússia no leste para somar ao bando; a Boêmia, a Silésia e a Pomerânia foram tomadas dos eslavos por nobres germânicos e ambiciosos. E assim por diante.

Ainda assim, a Germânia era relativamente pacífica e, mais importante, próspera. Isso se devia, em parte, à ascensão da Liga Hanseática, uma "aliança comercial" de portos e guildas bancárias que dominavam o comércio no Báltico e ao longo da costa do Mar do Norte. Madeira, pele, grãos, minérios e peixes fluíam para o oeste e mercadorias manufaturadas fluíam para o leste. Sediada na "Cidade Imperial de Livre" de Lübeck (assim decretada pelo imperador Frederico II em 1226), a Liga se estabeleceu firmemente em cidades como Colônia, Brema e Hamburgo, tinha depósitos e escritórios em portos com distantes, como Londres e Novgorod. Ela se desenvolveu dos anos 1200 aos 1500. Os cidadãos germânicos comuns detinham o mais alto padrão de vida da Europa neste período. E havia um crescente número deles: apesar das guerras e doenças, em 1500 uns cinco a seis milhões viviam lá, muitos deles artesãos e mercadores organizados em guildas (algumas delas permitiam a entrada de mulheres).

Enquanto isso, com o crescimento das cidades e dinheiro a ser gasto, as artes se desenvolveram. No século XII, a Abadessa Hildegarda de Bingen escreveu influentes obras teológicas e medicinais, além de poemas litúrgicos, canções e a mais antiga peça de teatro de moralidade europeia. Um século depois, von der Vogelweide definiu o padrão de poesia lírica europeia da época. O engenhoso Johannes Gutenberg de Mainz desenvolveu os tipos móveis de metal e com isso a imprensa. Quando as pessoas comuns puderam ler e pensar sobre o que seus superiores diziam, tudo mudou. (Levou uns dois séculos para que o alfabetismo universal se popularizasse na Alemanha, mas isso levou a movimentos como a Reforma, o Renascimento nórdico e a Revolução Científica).

Tudo estava indo bem na Alemanha, até que Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o idioma nacional (agora qualquer um podia comprar uma por causa da imprensa) e depois pregou suas "Noventa e Cinco Teses sobre o Poder e Eficácia das Indulgências" na porta da igreja em Wittenberg, em outubro de 1517. A teologia "protestante" dele logo deflagrou a Guerra dos Camponeses (o maior levante popular da Europa até a Revolução Francesa) e depois, a ainda mais sangrenta Guerra dos Trinta Anos após a Paz de Augsburgo de 1555 – na qual a fé luterana foi reconhecida como legítima e que a fé de uma região seria a mesma do seu governante – entrar em colapso. De 1618 a 1648, os exércitos e mercenários da Liga Católica e da União Protestante massacraram os "descrentes". Estima-se que a população da Alemanha caiu entre 20% a 38% até a febre religiosa se extinguir.

A imponente figura de Martinho Lutero consta, ironicamente, nos anais do Renascimento Alemão, junto de artistas como Albrecht Dürer e Johann Reuchlin, e músicos como Pachelbel. Isso inclui vários arquitetos famosos como Elias Holl e Hans Krumpper. Mas os cientistas alemães dos anos 1600 e 1700 tiveram ainda mais influência sobre a civilização, que desenvolveram uma base de descobertas, entendimentos e uso indevido das ciências sem paralelo em outros lugares (há uma razão para um dos cientistas mais famosos, embora fictício, seja o Dr. Frankenstein, que estuda na Universidade de Ingolstadt). Johannes Kepler de Stuttgart revolucionou a cosmologia; o polígrafo von Liebniz desenvolveu o cálculo e fundou a Academia de Ciências da Prússia em 1700; o filósofo Immanuel Kant buscava uma base científica para a ética. O trabalho da astrônoma Maria Winkelmann da saxônia e da naturalista Maria Merian de Frankfurt abriu as portas para mais mulheres alemães ganharem renome como cientistas malucas. E com o crescimento da imprensa, havia muitas oportunidades para confundir as mentes impressionáveis.

Mesmo com artistas e cientistas alemães iluminando a civilização, o Sacro Império Romano-Germânico cambaleava. Nessa altura da história, o feudalismo europeu estava sendo expulso pelas leis e uma ascendente burguesia achava sua voz. Novas e mais enérgicas dinastias estavam surgindo em vários reinos alemães: a Casa de Hohenzollern em Brandemburgo-Prússia, a Casa de Wittelsbach na Baviera, a Casa de Welf na Saxônia, a Casa de Hesse-Kassel em (onde mais?) Hesse e assim por diante. Todas elas começaram a se inquietar sob o governo dos Habsburgos, que desde 1500 tinham sido reis da Alemanha e, portanto, imperadores do Sacro Império Romano, apesar de serem austríacos. Mesmo quando a linhagem principal morreu e Carlos VII da Baviera foi brevemente imperador (1742-1745), logo a Casa de Habsburgo-Lorena se amarrou ao trono. A ideia de reforma ainda estava no ar, porém, e o imperador respondeu, embora tardiamente.

Quando Frederico III precisou do apoio dos duques alemães para financiar suas guerras e eleger seu filho, Maximiliano I, como Rei da Germânia, ele se viu diante de uma frente unificada que exigia participação na tomada de decisões. Eles "pediram" a criação de uma assembleia de eleitores e outros duques aconselhassem e supervisionassem o rei em uma dieta imperial (a Reichstag). Embora Frederico tenha evitado a convocação da primeira Reichstag, seu filho – mais conciliatório ou menos inteligente – finalmente convocou a Dieta de Worms. Lá, o rei e os duques concordaram com quatro regras, juntas conhecidas como a Reichsreform, um conjunto de atos que deu ao império em desintegração alguma estrutura, incluindo a "paz perpétua" (uma proibição de feudos para a nobreza alemã) e a instituição de um novo imposto imperial para sustentar a nova infraestrutura. As dietas que vieram depois criaram mais leis e reformas... e impostos.

Em meados de 1700, porém, os acontecimentos eram mais rápidos do que os esforços para preservar o Reino da Germânia ou o Sacro Império Romano-Germânico. Os vários governantes mantinham seus próprios exércitos e diplomatas, como sempre, e agora eles os utilizavam independentemente do que o "rei" queria ou fizesse. Na Guerra Silesiana e na Guerra dos Sete Anos, a Prússia foi reconhecida em toda a Europa como uma "grande potência", sendo conduzida por um "absolutismo iluminado". Na Baviera e em Württemberg, governantes despejavam recursos em palácios, amantes e nas artes. Os landgraves da Hesse-Kassel e Hanôver ganhavam dinheiro alugando seus soldados de elite como mercenários. E, por fim, os duques de Hanôver se tornaram reis da Inglaterra e perderam o interesse nos assuntos domésticos (Jorge III, nascido em Londres e rei da Inglaterra durante a Revolução Americana, não visitou Hanôver nem uma só vez.)

O fim de qualquer pretensão de unidade de um reino alemão finalmente chegou com a Revolução Francesa e as subsequentes Guerras Napoleônicas. A mediatização e a secularização foram aceleradas pelo espectro de uma sangrenta Revolução Francesa. Mediatização era o processo de anexar as terras de uma monarquia a um vizinho adjacente, deixando o território anexado com direitos negociados. A secularização era o processo de absorção de todos os pedacinhos restantes de terra eclesiástica pelos nobres próximos. E de 1792 em diante, a França revolucionária estava em guerra com a maioria dos estados alemães, mas nunca com todos de uma só vez. O Reino da Germânia e o Sacro Império Romano-Germânico foram formalmente dissolvidos por Napoleão quando Francisco II (da Áustria) abdicou no início de 1806 depois de uma vitória francesa em Austerlitz. Napoleão reorganizou boa parte do que era o Reino da Germânia na Confederação do Reno, posteriormente substituída pela Confederação Germânica em 1815.
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