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Austrália
Habilidade exclusiva

Terra Lá Embaixo

+3 de habitação em cidades costeiras. Pastos ativam uma explosão cultural. Campi, Centros Comerciais, Locais Sagrados e Teatros têm ganhos de +1 em painéis de apelo de encantador, +3 em de tirar o fôlego.

Contexto Histórico
Assentada em sequência por aborígenes, condenados, indigentes, exploradores e fugitivos, a terra "lá embaixo" foi ocupada pela primeira vez há cerca de 45 mil anos, quando algumas pessoas conseguiram migrar através das ilhas indonésias e chegar ao litoral norte do continente. Lá, esses caçadores-coletores prosperaram isolados, com uma rica cultura oral e espiritual, até 1770 d.C., quando James Cook navegou ao longo da costa e reivindicou o lugar inteiro para a Grã-Bretanha. O capitão Cook não foi o primeiro a encontrar a Austrália — o holandês Willem Janszoon e o inglês William Dampier já o haviam feito muito antes —, mas foi o primeiro a enxergar oportunidades naquela terra remota e perigosa.

Quando a recém-formada nação dos Estados Unidos da América se recusou a aceitar embarcações cheias de prisioneiros ingleses originalmente destinados a uma colônia prisional, as autoridades inglesas repensaram seus planos. Seguindo a mentalidade predominante na época, "que lugar melhor para jogar nossa escória indesejada do que o outro lado do mundo?" E foi assim que o Comodoro Arthur Phillip partiu da Inglaterra na Primeira Frota, composta por 11 navios (duas escoltas navais, seis transportes de condenados e três navios de carga) com destino à Nova Gales do Sul. Chegando a Botany Bay em janeiro de 1788, Phillip logo decidiu que o pântano ao redor era muito insalubre para uma colônia e realocou o assentamento para o norte, para o belo porto natural de Port Jackson, mais conhecido hoje como a Baía de Sydney.

Os primeiros anos foram difíceis para a pequena cidade fronteiriça de Sydney. Criminosos profissionais (e amadores) do final do século XVIII não eram fazendeiros competentes, e os navios de suprimentos que chegavam eram poucos. Entre 1788 e 1792, desembarcaram mais 3.546 homens e 766 mulheres condenados, a maioria doente demais ou incapaz de realizar trabalho pesado. Quando a Segunda Frota chegou em 1790, mais de um quarto de seus passageiros havia morrido durante o trajeto, e as condições dos recém-chegados da Terceira Frota chocaram até mesmo os primeiros a chegar. Mas Phillip provou-se verdadeiramente preocupado com o sucesso da colônia e o bem-estar dos colonos ... o fato de que a maior parte deles era de condenados não importava. Ele enviou grupos de exploradores para encontrar terras mais férteis, recebeu navios mercantes de braços abertos, promoveu iniciativas de saúde pública, fundou diversos assentamentos satélites para reduzir a superlotação de pessoas e ignorou muitas das ordens irrelevantes e ultrapassadas da Inglaterra. Quando o governador Phillip voltou para a Inglaterra no final de 1792, a colônia já era finalmente estável o suficiente para receber colonos que chegavam por vontade própria.

Os colonos inicialmente deram pouca atenção aos aborígenes indígenas, que viviam em um reino atemporal e mágico do Tempo do Sonho. No final do século XVIII havia cerca de um milhão de nativos, espalhados por 300 clãs e falando 250 idiomas com aproximadamente 700 dialetos. Cada clã tinha uma conexão espiritual com uma porção de terra específica, pedaços de um deserto, floresta tropical ou montanha. De acordo com os aborígenes, espíritos ancestrais totêmicos haviam formado todos os aspectos da vida durante o Tempo do Sonho da criação do mundo, e teceram juntos o passado, o presente e o futuro.

Embora os holandeses tivessem reivindicado a porção oeste do continente, os britânicos fizeram assentamentos ao longo das costas australianas como em um desacordo passivo-agressivo praticado por estados-nações. A Terra de Van Diemen (hoje conhecida como Tasmânia) foi povoada em 1803, um tal Capitão Bremer fundou a breve colônia de Fort Dundas em 1824, uma nova colônia prisional foi estabelecida na foz do Rio Brisbane em 1824, e o Major Lockyer fundou um assentamento em King George Sound em 1826. Assim, naquele mesmo ano a Grã-Bretanha reivindicou para si o continente inteiro.

A população colonial explodiu com a chegada de novos fluxos de pessoas, quer estivessem em busca de uma nova vida ou de roubar com mais facilidade. Ex-soldados e condenados desalojaram o clã Yuggera e se apropriaram de suas terras próximas ao território presente de Brisbane. Perth foi fundada por aristocratas ingleses em 1829. Ocupantes navegaram até a Baía de Port Phillip e supostamente fundaram Melbourne em 1835. Enquanto isso, a South Australian Company, licenciada pela Coroa Britânica, fundou Adelaide.

De acordo com os números do historiador Lloyd Robson, em oitenta anos (1788-1868) cerca de 161.700 condenados foram enviados às diversas colônias australianas. Praticamente dois terços desse total eram ladrões de cidades industriais superlotadas e que cresceram muito rapidamente (especialmente nas Midlands e no norte). Fora isso, navios cada vez mais frequentes traziam comerciantes e pessoas bem-educadas com os conhecimentos (médicos, religiosos, jurídicos e de engenharia) necessários para o desenvolvimento da boa, velha e antípoda Inglaterra.

Desde o início da década de 1820, cada vez mais ocupantes se aventuravam para longe e tomavam terras para além das fronteiras dos assentamentos. Lá, eles construíam extensos postos, onde criavam ovelhas e colhiam trigo e aveia. Com poucas despesas financeiras, eles conseguiam lucros consideráveis, o que encorajou outros a seguirem seu exemplo. A produção de lã tornou-se a maior e mais lucrativa exportação da Austrália, em sua maior parte destinada a moinhos ingleses. Em 1850, cerca de 200 ocupantes já reivindicavam mais de 300.000 quilômetros quadrados (115.830 milhas quadradas) de terra, formando um segmento poderoso e "respeitável" da sociedade no continente.

Enquanto isso, o governador Burke, do Escritório Colonial Britânico, proclamou que o continente australiano era "terra nulius" (ou "terra de ninguém"). Ao declararem que nação ou povo algum tinha direito à posse de terras australianas com exceção da Coroa, os britânicos acabaram com qualquer possibilidade de tratados com os clãs dos aborígenes. As doenças importadas pelos europeus fizeram disso somente um detalhe legal, já que a varíola, a gripe, o sarampo, a coqueluche e a tuberculose já vinham devastando os nativos. De fato, pouco depois da colônia de Sydney ser fundada, uma onda de varíola matou metade dos aborígenes na região. Fora a matança dos primeiros habitantes que os colonos vinham promovendo com as próprias mãos, como a Guerra do Hawkesbury (1795-1816), a Guerra de Pemulwuy (1795-1802), a Guerra de Tedbury (1808-1809) e a Guerra do Nepean (1814-1816), que consolidaram ainda mais o tom das relações entre europeus e aborígenes.

A descoberta do ouro em Nova Gales do Sul e no centro de Victoria em 1851 trouxe um enorme fluxo de pessoas, que chegou a ultrapassar a explosão populacional da corrida do ouro de 1848 na Califórnia. Embarcações repletas de homens jovens (e algumas poucas jovens aventureiras) chegaram da China, dos campos de ouro da Califórnia, da Irlanda, da Grã-Bretanha e da Índia, um carnaval caótico de artistas, vagabundos, charlatões, apostadores e taberneiros misturados com os exploradores de verdade. A colônia de Victoria cresceu com uma rapidez inacreditável, de meros 76.000 em 1850 para mais de 530.000 em 1859. O governo tentou impor ordem através de autorizações e soldados de mão pesada, mas isso rapidamente levou a violência, culminando no confronto de Ballarat no final de 1854, que deixou pelo menos 30 "garimpeiros" mortos e muitos outros feridos. Mas alguns meses depois, uma comissão real fez grandes reformas à administração dos campos de ouro em expansão, que incluiu a abolição das autorizações, a reorganização da polícia e deu direito de voto aos mineiros.

Apesar do sangue derramado nos campos de ouro e no interior desértico do país, a riqueza proveniente do ouro e da lã trouxe investimentos e a civilização para lugares como Melbourne, Victoria e Sydney. Por volta da década de 1880, essas cidades fronteiriças já eram modernas e culturais, e ver pessoas sendo baleadas na rua já havia se tornado uma ocorrência incomum. A essa altura, a maioria das pessoas que viviam no continente havia nascido na Austrália e começaram a pensar sobre sua identidade dessa maneira. Estilos distintamente australianos começaram a se estabelecer em movimentos nacionais de literatura e arte. Com todo esse progresso e cultura, era inevitável que os colonos australianos fossem começar a pensar sobre ter uma autonomia maior da distante Inglaterra.

Em 1890, representantes de seis colônias (e inicialmente alguns neozelandeses) se reuniram em Melbourne. Eles pediram que as diversas colônias se unificassem e elegessem representantes para uma convenção constitucional. No ano seguinte, a "Convenção Nacional Australiana" foi convocada em Sydney e, após amplo debate, uma proposta de constituição foi elaborada. Apesar de muita hesitação, em março de 1900, delegados australianos viajaram a Londres com a constituição. O parlamento a aprovou em julho e, logo depois, ela foi assinada pela Rainha Vitória. Um lorde britânico foi enviado à Austrália para criar um governo interino, supervisionar a criação do estado e realizar as primeiras eleições. Assim, a Comunidade da Austrália foi fundada em 1º de janeiro de 1901.

Mesmo com secas devastadoras e uma praga de coelhos que destruiu permanentemente boa parte das terras férteis australianas, o novo país prosperou e seguiu tendo uma existência tranquila. O parlamento australiano aprovou leis (algumas de cunho duvidoso, como a Lei de Restrição à Imigração de 1901), a nação montou o exército e marinha nacional a partir do que restara das forças armadas coloniais, e a própria Austrália mergulhou seu dedinho antípoda na prática colonial quando a Nova Guiné Britânica se tornou o Território da Papua em 1906, administrado pela Austrália. Tudo parecia relativamente calmo, até que a jovem nação foi arrastada para uma guerra mundial.

Quase um décimo da população de 4,9 milhões de australianos se voluntariou para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, durante a qual mais de 60.000 morreriam em Galípoli, na Frente Ocidental e no Oriente Médio. Em troca de todo esse sangue, os representantes australianos estiveram presentes na conferência de paz de Versalhes e assinaram o tratado internacional resultante, o primeiro da Austrália. O país também conquistou um lugar na Liga das Nações, e como recompensa recebeu algumas colônias alemãs: a Nova Guiné Alemã, o Arquipélago de Bismack e a pequena Nauru.

A década de 20 trouxe problemas trabalhistas, uma rápida modernização, a Grande Depressão e diversas crises políticas. Fora isso, a década de 30 ainda viu o crescimento de tensões internacionais, especialmente com uma maior expansão japonesa em direção ao sul do Pacífico, o suficiente para tanto o partido Liberal quanto o Trabalhista fazerem campanha para aumentar os gastos com defesa durante as eleições de 1937. A enfática cooperação do governo com a Grã-Bretanha na "política de defesa imperial" inevitavelmente levou a Austrália para mais uma guerra mundial em setembro de 1939. Embora as unidades australianas tenham se destacado em combates no Mediterrâneo e no mar, dois anos depois elas estavam encarando uma ameaça mais imediata, com os ataques do Império Japonês pela vasta extensão do Pacífico, no sudeste da Ásia, e pela Indonésia e as Filipinas. Em fevereiro de 1942, o porto de Darwin sofreu um devastador ataque aéreo, o primeiro de mais de 100 no continente australiano.

Inspirada pelo primeiro-ministro Curtin, a Austrália encontrou-se em combate em diversas frentes... notavelmente nas selvas da Nova Guiné ao norte, fundamental para qualquer invasão japonesa. Internamente, o governo de Curtin colocou o país em total pé de guerra, instituindo racionamentos, acolhendo refugiados, construindo fábricas e estaleiros e encorajando todos a "manter o rumo". Quando a luta terminou, a Austrália havia perdido 27.000 soldados do exército, da aeronáutica e da marinha.

A Austrália viveu uma explosão no pós-guerra, marcada por uma economia de exportação próspera, um enorme programa de imigração europeia patrocinado pelo governo, uma rápida expansão dos subúrbios, um "novo nacionalismo" nas artes, a instituição de direitos civis para os aborígenes, e conseguindo evitar a maior parte da ameaçadora paranoia da Guerra Fria. O século XXI promete feitos ainda melhores para os australianos.
PortraitSquare
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Traços

Líderes
icon_leader_default
John Curtin
Unidades especiais
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Digger
Infraestrutura especial
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Estação do Outback

Dados sociais e geográficos

Localização
O continente australiano
Tamanho
Em torno de 2,97 milhões de quilômetros quadrados (7,7 milhões de milhas quadradas)
População
Aproximadamente 24 milhões (estimativa de 2017)
Capital
Melbourne, agora Canberra
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Líderes
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John Curtin
Unidades especiais
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Infraestrutura especial
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Estação do Outback

Dados sociais e geográficos

Localização
O continente australiano
Tamanho
Em torno de 2,97 milhões de quilômetros quadrados (7,7 milhões de milhas quadradas)
População
Aproximadamente 24 milhões (estimativa de 2017)
Capital
Melbourne, agora Canberra
Habilidade exclusiva

Terra Lá Embaixo

+3 de habitação em cidades costeiras. Pastos ativam uma explosão cultural. Campi, Centros Comerciais, Locais Sagrados e Teatros têm ganhos de +1 em painéis de apelo de encantador, +3 em de tirar o fôlego.

Contexto Histórico
Assentada em sequência por aborígenes, condenados, indigentes, exploradores e fugitivos, a terra "lá embaixo" foi ocupada pela primeira vez há cerca de 45 mil anos, quando algumas pessoas conseguiram migrar através das ilhas indonésias e chegar ao litoral norte do continente. Lá, esses caçadores-coletores prosperaram isolados, com uma rica cultura oral e espiritual, até 1770 d.C., quando James Cook navegou ao longo da costa e reivindicou o lugar inteiro para a Grã-Bretanha. O capitão Cook não foi o primeiro a encontrar a Austrália — o holandês Willem Janszoon e o inglês William Dampier já o haviam feito muito antes —, mas foi o primeiro a enxergar oportunidades naquela terra remota e perigosa.

Quando a recém-formada nação dos Estados Unidos da América se recusou a aceitar embarcações cheias de prisioneiros ingleses originalmente destinados a uma colônia prisional, as autoridades inglesas repensaram seus planos. Seguindo a mentalidade predominante na época, "que lugar melhor para jogar nossa escória indesejada do que o outro lado do mundo?" E foi assim que o Comodoro Arthur Phillip partiu da Inglaterra na Primeira Frota, composta por 11 navios (duas escoltas navais, seis transportes de condenados e três navios de carga) com destino à Nova Gales do Sul. Chegando a Botany Bay em janeiro de 1788, Phillip logo decidiu que o pântano ao redor era muito insalubre para uma colônia e realocou o assentamento para o norte, para o belo porto natural de Port Jackson, mais conhecido hoje como a Baía de Sydney.

Os primeiros anos foram difíceis para a pequena cidade fronteiriça de Sydney. Criminosos profissionais (e amadores) do final do século XVIII não eram fazendeiros competentes, e os navios de suprimentos que chegavam eram poucos. Entre 1788 e 1792, desembarcaram mais 3.546 homens e 766 mulheres condenados, a maioria doente demais ou incapaz de realizar trabalho pesado. Quando a Segunda Frota chegou em 1790, mais de um quarto de seus passageiros havia morrido durante o trajeto, e as condições dos recém-chegados da Terceira Frota chocaram até mesmo os primeiros a chegar. Mas Phillip provou-se verdadeiramente preocupado com o sucesso da colônia e o bem-estar dos colonos ... o fato de que a maior parte deles era de condenados não importava. Ele enviou grupos de exploradores para encontrar terras mais férteis, recebeu navios mercantes de braços abertos, promoveu iniciativas de saúde pública, fundou diversos assentamentos satélites para reduzir a superlotação de pessoas e ignorou muitas das ordens irrelevantes e ultrapassadas da Inglaterra. Quando o governador Phillip voltou para a Inglaterra no final de 1792, a colônia já era finalmente estável o suficiente para receber colonos que chegavam por vontade própria.

Os colonos inicialmente deram pouca atenção aos aborígenes indígenas, que viviam em um reino atemporal e mágico do Tempo do Sonho. No final do século XVIII havia cerca de um milhão de nativos, espalhados por 300 clãs e falando 250 idiomas com aproximadamente 700 dialetos. Cada clã tinha uma conexão espiritual com uma porção de terra específica, pedaços de um deserto, floresta tropical ou montanha. De acordo com os aborígenes, espíritos ancestrais totêmicos haviam formado todos os aspectos da vida durante o Tempo do Sonho da criação do mundo, e teceram juntos o passado, o presente e o futuro.

Embora os holandeses tivessem reivindicado a porção oeste do continente, os britânicos fizeram assentamentos ao longo das costas australianas como em um desacordo passivo-agressivo praticado por estados-nações. A Terra de Van Diemen (hoje conhecida como Tasmânia) foi povoada em 1803, um tal Capitão Bremer fundou a breve colônia de Fort Dundas em 1824, uma nova colônia prisional foi estabelecida na foz do Rio Brisbane em 1824, e o Major Lockyer fundou um assentamento em King George Sound em 1826. Assim, naquele mesmo ano a Grã-Bretanha reivindicou para si o continente inteiro.

A população colonial explodiu com a chegada de novos fluxos de pessoas, quer estivessem em busca de uma nova vida ou de roubar com mais facilidade. Ex-soldados e condenados desalojaram o clã Yuggera e se apropriaram de suas terras próximas ao território presente de Brisbane. Perth foi fundada por aristocratas ingleses em 1829. Ocupantes navegaram até a Baía de Port Phillip e supostamente fundaram Melbourne em 1835. Enquanto isso, a South Australian Company, licenciada pela Coroa Britânica, fundou Adelaide.

De acordo com os números do historiador Lloyd Robson, em oitenta anos (1788-1868) cerca de 161.700 condenados foram enviados às diversas colônias australianas. Praticamente dois terços desse total eram ladrões de cidades industriais superlotadas e que cresceram muito rapidamente (especialmente nas Midlands e no norte). Fora isso, navios cada vez mais frequentes traziam comerciantes e pessoas bem-educadas com os conhecimentos (médicos, religiosos, jurídicos e de engenharia) necessários para o desenvolvimento da boa, velha e antípoda Inglaterra.

Desde o início da década de 1820, cada vez mais ocupantes se aventuravam para longe e tomavam terras para além das fronteiras dos assentamentos. Lá, eles construíam extensos postos, onde criavam ovelhas e colhiam trigo e aveia. Com poucas despesas financeiras, eles conseguiam lucros consideráveis, o que encorajou outros a seguirem seu exemplo. A produção de lã tornou-se a maior e mais lucrativa exportação da Austrália, em sua maior parte destinada a moinhos ingleses. Em 1850, cerca de 200 ocupantes já reivindicavam mais de 300.000 quilômetros quadrados (115.830 milhas quadradas) de terra, formando um segmento poderoso e "respeitável" da sociedade no continente.

Enquanto isso, o governador Burke, do Escritório Colonial Britânico, proclamou que o continente australiano era "terra nulius" (ou "terra de ninguém"). Ao declararem que nação ou povo algum tinha direito à posse de terras australianas com exceção da Coroa, os britânicos acabaram com qualquer possibilidade de tratados com os clãs dos aborígenes. As doenças importadas pelos europeus fizeram disso somente um detalhe legal, já que a varíola, a gripe, o sarampo, a coqueluche e a tuberculose já vinham devastando os nativos. De fato, pouco depois da colônia de Sydney ser fundada, uma onda de varíola matou metade dos aborígenes na região. Fora a matança dos primeiros habitantes que os colonos vinham promovendo com as próprias mãos, como a Guerra do Hawkesbury (1795-1816), a Guerra de Pemulwuy (1795-1802), a Guerra de Tedbury (1808-1809) e a Guerra do Nepean (1814-1816), que consolidaram ainda mais o tom das relações entre europeus e aborígenes.

A descoberta do ouro em Nova Gales do Sul e no centro de Victoria em 1851 trouxe um enorme fluxo de pessoas, que chegou a ultrapassar a explosão populacional da corrida do ouro de 1848 na Califórnia. Embarcações repletas de homens jovens (e algumas poucas jovens aventureiras) chegaram da China, dos campos de ouro da Califórnia, da Irlanda, da Grã-Bretanha e da Índia, um carnaval caótico de artistas, vagabundos, charlatões, apostadores e taberneiros misturados com os exploradores de verdade. A colônia de Victoria cresceu com uma rapidez inacreditável, de meros 76.000 em 1850 para mais de 530.000 em 1859. O governo tentou impor ordem através de autorizações e soldados de mão pesada, mas isso rapidamente levou a violência, culminando no confronto de Ballarat no final de 1854, que deixou pelo menos 30 "garimpeiros" mortos e muitos outros feridos. Mas alguns meses depois, uma comissão real fez grandes reformas à administração dos campos de ouro em expansão, que incluiu a abolição das autorizações, a reorganização da polícia e deu direito de voto aos mineiros.

Apesar do sangue derramado nos campos de ouro e no interior desértico do país, a riqueza proveniente do ouro e da lã trouxe investimentos e a civilização para lugares como Melbourne, Victoria e Sydney. Por volta da década de 1880, essas cidades fronteiriças já eram modernas e culturais, e ver pessoas sendo baleadas na rua já havia se tornado uma ocorrência incomum. A essa altura, a maioria das pessoas que viviam no continente havia nascido na Austrália e começaram a pensar sobre sua identidade dessa maneira. Estilos distintamente australianos começaram a se estabelecer em movimentos nacionais de literatura e arte. Com todo esse progresso e cultura, era inevitável que os colonos australianos fossem começar a pensar sobre ter uma autonomia maior da distante Inglaterra.

Em 1890, representantes de seis colônias (e inicialmente alguns neozelandeses) se reuniram em Melbourne. Eles pediram que as diversas colônias se unificassem e elegessem representantes para uma convenção constitucional. No ano seguinte, a "Convenção Nacional Australiana" foi convocada em Sydney e, após amplo debate, uma proposta de constituição foi elaborada. Apesar de muita hesitação, em março de 1900, delegados australianos viajaram a Londres com a constituição. O parlamento a aprovou em julho e, logo depois, ela foi assinada pela Rainha Vitória. Um lorde britânico foi enviado à Austrália para criar um governo interino, supervisionar a criação do estado e realizar as primeiras eleições. Assim, a Comunidade da Austrália foi fundada em 1º de janeiro de 1901.

Mesmo com secas devastadoras e uma praga de coelhos que destruiu permanentemente boa parte das terras férteis australianas, o novo país prosperou e seguiu tendo uma existência tranquila. O parlamento australiano aprovou leis (algumas de cunho duvidoso, como a Lei de Restrição à Imigração de 1901), a nação montou o exército e marinha nacional a partir do que restara das forças armadas coloniais, e a própria Austrália mergulhou seu dedinho antípoda na prática colonial quando a Nova Guiné Britânica se tornou o Território da Papua em 1906, administrado pela Austrália. Tudo parecia relativamente calmo, até que a jovem nação foi arrastada para uma guerra mundial.

Quase um décimo da população de 4,9 milhões de australianos se voluntariou para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, durante a qual mais de 60.000 morreriam em Galípoli, na Frente Ocidental e no Oriente Médio. Em troca de todo esse sangue, os representantes australianos estiveram presentes na conferência de paz de Versalhes e assinaram o tratado internacional resultante, o primeiro da Austrália. O país também conquistou um lugar na Liga das Nações, e como recompensa recebeu algumas colônias alemãs: a Nova Guiné Alemã, o Arquipélago de Bismack e a pequena Nauru.

A década de 20 trouxe problemas trabalhistas, uma rápida modernização, a Grande Depressão e diversas crises políticas. Fora isso, a década de 30 ainda viu o crescimento de tensões internacionais, especialmente com uma maior expansão japonesa em direção ao sul do Pacífico, o suficiente para tanto o partido Liberal quanto o Trabalhista fazerem campanha para aumentar os gastos com defesa durante as eleições de 1937. A enfática cooperação do governo com a Grã-Bretanha na "política de defesa imperial" inevitavelmente levou a Austrália para mais uma guerra mundial em setembro de 1939. Embora as unidades australianas tenham se destacado em combates no Mediterrâneo e no mar, dois anos depois elas estavam encarando uma ameaça mais imediata, com os ataques do Império Japonês pela vasta extensão do Pacífico, no sudeste da Ásia, e pela Indonésia e as Filipinas. Em fevereiro de 1942, o porto de Darwin sofreu um devastador ataque aéreo, o primeiro de mais de 100 no continente australiano.

Inspirada pelo primeiro-ministro Curtin, a Austrália encontrou-se em combate em diversas frentes... notavelmente nas selvas da Nova Guiné ao norte, fundamental para qualquer invasão japonesa. Internamente, o governo de Curtin colocou o país em total pé de guerra, instituindo racionamentos, acolhendo refugiados, construindo fábricas e estaleiros e encorajando todos a "manter o rumo". Quando a luta terminou, a Austrália havia perdido 27.000 soldados do exército, da aeronáutica e da marinha.

A Austrália viveu uma explosão no pós-guerra, marcada por uma economia de exportação próspera, um enorme programa de imigração europeia patrocinado pelo governo, uma rápida expansão dos subúrbios, um "novo nacionalismo" nas artes, a instituição de direitos civis para os aborígenes, e conseguindo evitar a maior parte da ameaçadora paranoia da Guerra Fria. O século XXI promete feitos ainda melhores para os australianos.
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